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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Sem tempo para nada, mas todos aqui,, com tempo de sobra, mas sozinhos

 


Os paradoxos da vida!

 Oh, que tempo é esse que agora me faz falta? Oh, quanta falta me faz aquilo que não vivi àquele tempo!

...e curtia a vida que nem me dava conta da falta que ele poderia me fazer; enquanto ele corria, eu brincava de passá-lo, passar o tempo; mas, na verdade, não é do tempo que sinto falta; é da ausência de bons momentos que poderia ter vivido ao lado das pessoas que hoje sei que quero bem, desde àquele tempo...

Também, àquele tempo nem me dava conta se devia saber o que era importante ou não...por isso, não me interessava nem com o tempo que passava, nem com o que deixava de fazer, como, por exemplo, desfrutar da companhia do meu pai, da companhia da mamãe e de outros entres queridos...

Se de um lado, meu pai estava sem tempo, porque o trabalho lhe tomava todo o tempo o tempo todo, eu não tinha muito tempo, porque gostava mesmo era de brincar com os colegas, e viver solto por aí, usufruindo do tempo livre...

E a vida é assim: os pais, ocupando o tempo todo para conseguir o sustento da família, e os filhos, sem tempo para os pais, querendo aproveitar o pouco tempo que lhe resta para as brincadeiras e às horas de lazer (hoje é que a coisa tá preta: é aula de natação, sala de aula, aulas de língua estrangeira, Judô, música...). E, assim, todos sem tempo pra nada! E, com o tempo, vem o arrependimento...

Ah, por que não fiquei mais tempo com meus filhos? Ah, meu Deus, por que dei tão pouca importância à companhia dos meus pais? Por que não deixei um dia de trabalho, os meus afazeres de lado por um dia por semana, pelo menos, para fazer companhia aos meus filhos, conversar, brincar, sentir e ver seus sorrisos, suas alegrias?

Meu Deus, quanta falta eles devem ter sentido quando desejosos e malucos para brincarem comigo, saírem por aí comigo, passear, ir ao parquinho, ao cinema...e eu estava sempre ocupado com os amigos ou preterindo-os por outros afazeres mais convenientes para minha diversão?

E aquele olhar que, vez ou outra, me atingia, como quem a implorar um pouco do meu tempo para eles? Que fazer agora, que o tempo não volta e que já não sou mais aquela criança, aquele adolescente e eles já não têm aquela energia, aquela disposição para deitarmos e rolarmos do jeito que é pra ser?

Ah, que fazer agora, mesmo com tempo de sobra, sem ter que trabalhar tanto para o sustento da família, para dar conta dos afazeres da casa, se eles cresceram, já só nos visitam e hoje sofremos da síndrome do lar vazio?

E nós, agora crescidos, vivendo a experiência da dor... Sabemos lá qual! Talvez da saudade, da vontade de decrescer, da chupeta, do fingir fechar os olhos e sentir o carinho de quem nos afagava antes de dormirmos.

Que fazemos? Não, não aprendemos para nós. A lição que tivermos, não nos será tão útil, quanto útil será para os pais mais jovens e para seus filhos.

Que seja priorizado o tempo a ser dedicado à família; que nenhuma outra atividade ou ação seja mais importante no tempo que a de viver muitos momentos do dia a dia com os filhos, com os pais.

E viva! Viva a família!

 (jose valdir pereira)

 

 

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