Quero toda tua virgindade de hoje, toda pureza e todas as vontades
do teu coração - menina, moça - mulher; só para mim, quero teus lábios, teu
corpo e tua sedução; e se vais sair, tomada pela tua nudez que vive a me
acoroçoar, cabelos ao vento e voluptuosa, lembras de mim, que estou a te
esperar, na mesma sombra, no mesmo jequitibá, para te amar, no teu jeito de
amar...
não preciso saber de ti, quando vens, porque me dirá o vento, qual
cheiro, qual perfume, que exala teu sequioso corpo... quando queres me amar...
Eu quero toda tua virgindade de hoje... do teu corpo, da tua alma e do teu
coração...
Porque hoje eu quero te amar...
Deixa-me tocar, apenas por
um instante, tua boca...
...mas fecha os olhos para não sentires meu desejo
incontido...
dá-me teu corpo aos pouco...porque não sobreviveria se fosse de
vez...seria súbita, a minha ida... vem e me faz tomar-te, parte por parte, para
que seja a posse, uma eternidade... e devagar, lenta,mas plena e completa...
...e não te desfaleça com meus toques... quero te sentir desvairada...
atordoada toda nos anseios que invadirem teu coração... e teu sequioso corpo
trêmulo de desejos de ser possuído e possuir, amado...e amar...
...agora que já
me tens, faz de mim tua presa e posse, me devora de todos os jeitos, e não
deixa nenhum desejo teu, desfeito...insatisfeito...
Leva-me à tua cama e me
tens mesmo com toda essa desajeitada forma de me querer...
beija-me, e percorre
meu corpo, com esse teu jeito de ser...
dá-me à loucura e me faz gemer...
aperta-me em teus braços e me faz ser...
teu amor, teu amante, teu adormecer...
depois do amor, de amar, de ser... toda minha, corpo e alma coração e teu
viver...
dá-me tudo, teu tudo e tu...toda e me faz estremecer... de prazer...no
teu corpo, nos teus beijos no teu querer...
e quando saciada, me faz dormir ou
dormes comigo, no teu corpo, eu, e tu, no meu, até o amanhecer.
Eu quero me esconder nos
teus botões, na tua bromélia angelical, nas entranhas dos teus cabelos; ficar
por uns tempos (pode ser uma vida toda) ou eternamente, dentro do teu corpo,
mas, como direi...
Ah, sim: precisamente, na parte mais íntima do teu coração,
na essência do teu ser... agasalhado, cheio de afagos, todos tenros e virgens,
emergidos do teu corpo, da tua boca, desses lábios que desejo, das tuas mãos...
e não me atreveria, de forma alguma, não e não, despertar, se estivesses a me
fazer carícias... como as que fazem as gotas de orvalho ao beijarem a natureza
todas as manhãs, enquanto não chega o sol... e sem ser interrompido, porque
seguem meus sonhos, dou-me à delicadeza dos gestos sutis e à meiguice do
silêncio para te amar...
Não, não me interrompas, porque estou ainda no
começo dos meus ingênuos devaneios.
.. Só para ti meu amor, eu
existo; só para teu corpo e teus lábios, me guardo;
quero que tu me tenhas
sempre pura e cheia de desejos;
Só para ti, meu amor... E teu corpo, teu meigo
coração, me dão aos meus desejos de te amar;
Quero que me ames e me tenhas e
não me contenhas quando estiver tomada pela insaciável vontade de te amar...e
deixes que eu te sugue até o último pelo do teu corpo...
Dá-me ao teu saboroso
jeito de me amar... toca minhas entranhas que esperam tua chegada, louca e
descompensada, sem medida e desvairada, tomada pelos beijos que me dás, pela
entrega que me dou, pela delícia do prazer que faz o nosso amor!
Derrama tua essência no meu
corpo e absorve meu desassossego para dentro da tua alma, e me acalma...
desterra-me dessa prisão de te querer, implacável e impossivelmente...
ensina-me a seguir outros caminhos que não os teus... a ver outros olhos, a
sentir outros perfumes, a desviar-te dos meus desejos, a tirar-te do meu rumo,
da minha toda...
diz palavras ásperas, maltrata-me, fere meu coração...talvez,
assim, despertes, em mim, a possibilidade de enxergar meus devaneios, minha
ilusão, minha desesperança...
e, de tão óbvio o estado que virá para que eu
veja, desse emaranhado de idas e vindas, o pouco ou nada que poderá haver, me
diga para ficar longe de ti, do meu querer te amar!
(jose valdir pereira)