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sábado, 27 de novembro de 2021

Cruel destino, tão jovem e tão cretino.

Hoje, sairei sozinho e cuidarei de mim, abraçado pela noite, na companhia do vento frio que, certamente, me tomará madrugada adentro, em seu colo, e me beijará afoito, fazendo-me sentir, no âmago do coração, o peso da amargura que deixaram aparecer, porque maltrataram meu povo, meu chão, meu de comer...

 Ali, logo ali, encontrarei uma taverna, sombria e convidativa, para afagar meu gosto amargo de agora, e me recolherei na sua frieza madrugadora, amenizando minha tristeza nas doses de consolo que me trarão os goles daquela que nascera nos canaviais dos senhores feudais, sob os açoites e gemidos da noite...

 E sem importar com o passar das horas, nem com a vida, nem com a aurora, chorarei por sentir as dores que o mundo lá fora ignora, porque morre ou já é morto quem espera receber de quem, pra dar, nada tem...e nem vale...

 Depois, se acontecer desse corpo estender-se ao chão, golpeado pela angústia do vazio, causada pela impotência de não saber e nem poder fazer nada, dirão, ao ver, um ser esquálido e sem mais nada valer, por conta do tiro de misericórdia que lhe imputarão: cruel destino... tão jovem e tão cretino...

(jose valdir pereira)


                                                     Imogen from Washington DC

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