segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Do amor mendigo...

 


 

De onde vens tu que, de repente, apareces, desterrando-me da minha vã solidão, amiga inseparável, que me soterra noite à dentro de desvairado prazer?
 
Que enxergas em mim de tão especial, se nunca me dei conta que algo carrego de valioso, a ponto de convencer alguém, a ti, logo a ti, a se haver nos meus braços, desfrutar dos meus ardentes beijos e me ouvir nos fartos e desajeitados sussurros de amor, e lamentos de desenganos?
 
Onde queres chegar, tomando-me por teu amor, para te amar, eu, sem modos e sem jeitos, se nem sei o quanto amo a mim, para amar-te, amar a ti, enfim?
 
Qual manhã vai te acolher se me tiveres, se ainda nem viste quão fascínio desperto nas minhas noites de amor, quando me entrego ao prazer de ser, de pertencer, de esmaecer sobre o corpo das concubinas?
 
Então, de onde vens? Não importa saber? Decerto - será - vens de lá, de algum lugar, onde se aprende a amar moribundos, vagabundos, desesperados e, também, onde estão os acostumados às sobras dos amores rejeitados?
 
E então, inda que pelo exposto, mas por assim ser, toma-me, pois, e me conta fazendo, o que sabes fazer...
 
(jose valdir pereira)

 

                                                                                Luna

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