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domingo, 28 de novembro de 2021

Sonhar-te em vão

 


 

Tomaste-me do mar bravio,
da fúria das ondas nas encostas sombrias,
da jangada, a mesma de bem longe a levar-me ao sonho,
e me deste algo pior... às lágrimas cheias do sal do teu desamor...
 
Ávida serpente, em atroz mulher disfarçada, de voz e deusa do amor...
comeu até as sobras no tempo da viagem, dos sonhos e do mar...
nem mais tão azul, nem tanto só meu; o céu,
e sem a gaivota, no seu voo razante para comer, minha companhia,
perdidos, eu e ela, no teu apogeu...
por contemplar a ti e sonhar com a possibilidade do teu amor...
 
E essa profunda fantasia que me causavam teus olhos,
castanhos olhos das águas desse (a)mar aberto de ternura,
para me  extorquir do meu desterro, quando da tua procura...
E eu na loucura de te haver, não me via...
 
Possuído pela possessão já consumida,
tomado de mim sem força e sem dor,
nem a mais selvagem onda que me açoitava,
esse mar bravio, me feriu mais que o meu desencantado amor.
 
Nesse teu tempo, nem compaixão, de volta aos braços da terra,
sem jangada, sem nada,
só a vela, ponho-me a pensar em ti,
senhora, deusa,
no quanto serias por todo o sempre por mim amada,
se, pelo menos, a milésima parte do teu amor, qual o meu por ti,
fosse, assim, o teu por mim, moça donzela,
por mim tão venerada e amada!
 
(jose valdir pereira)

 


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