sexta-feira, 26 de novembro de 2021

E eu, sem fazer nada...

 


"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
Florbela Espanca


Primeiro, prenderam meu rio;
mas logo, soltaram suas águas;
ele, o rio, estava furioso...
...e eu, sem fazer nada...
Depois, levaram meus Mirantes;
não falei nada; só fiquei amuado.


Depois, levaram meu por do sol, quanta beleza!
agora, um pouco zangado...
...e eu, ainda, sem fazer nada...


Então, soltaram mais água,
o rio, no seu curso,
foi chegando, chegando...
aconteceu: banhou a cidade...
lá vem mais chuva, mais água...
e eu, só, sem fazer nada...


A ferrovia, mesmo de ferro, envergou;
o rio cheio de tudo, foi subindo,
e as águas, a cidade invadindo...
e eu, pasmem, sem fazer nada...


É o fim. Não, isso não é nada...
Vão fazer, refazer tudo...
Dizem: foi um crime, foi um crime!
e eu ? Como assim? É claro! Sem fazer nada...


É assim! Em Rondônia, é assim...
E eu...O quê? Fazer o quê, sem fazer nada?


(jose valdir pereira)
 



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