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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

As redes sociais, João e Maria

 

Maria e João estavam muito bem de vida e os dois se amavam a tal ponto de não querem vida melhor. O amor que sustentava os dois era tudo que de melhor haviam pedido a Deus.

 

De repente, chegaram as redes sociais. Tomou o lugar das conversas que ambos mantinham à mesa, nas horas de lazer, e os passeios dos dois ficaram cada vez mais escassos. O João até que não era muito chegado a ficar preso às redes sociais, porque para ele era muita perda de tempo. Mais valia, admitia ele, ler um livro, assistir a um bom filme, sair para passear, até mesmo trocar ideias acerca de certos aspectos da vida, era mais importante que as horas que ocuparia com as redes sociais.

 

Maria, ao contrário, fascinada com aquele recurso social de contatos, conhecer o mundo, lugares e pessoas, principalmente, não largava o computador ou o celular, sempre ligada nas redes sociais: Facebook, Instagram, Twiter, etc.

 

Aos poucos, isso foi interferindo na vida dois dois. João, que amava (tanto) Maria e Maria que amava (tanto) o João, já não se amavam tanto. Apareceu um grande concorrente para o João. Maria não conseguia se desligar das redes sociais. Passou a adicionar ao seu rol de amigos, várias pessoas, até mesmo as desconhecidas, pessoas que ela não tinha nenhuma referência, a não ser porque estavam no rol de amigos de seus amigos.

 

E passou a fazer publicações de suas fotos, fotos sensuais, roupas decotadas, fotos em trajes de banho de praia, entre outras. Postagens, dando a entender seus gostos e preferências, coisa que os homens adoram saber para poder penetrar na vida intima das mulheres, dizendo-lhe que também gosta disso, curtindo com paixão e deixando mensagens de elogios e de admiração. Ora, era isso que Maria adorava. Amava ver suas postagens curtidas pelos amigos, e, pasme, quando tinha uma mensagem de elogio, aí que maria se derretia, se babava.

 

Tudo falso, não sabia ela. São apenas homens catadores de mulheres que topam fazer programas e viver uma vida fácil e sem compromissos, cheia de liberdade. Ou mulheres que tem prazer através desses momentos virtuais, quando até orgasmos tem ao imaginar aquele homem fazendo-lhe carícias e sendo tudo que afirma ser ou imagina ser.

 

João, na sua, reclamava, mas sua Maria, já não tão sua,  era implacável e dizia que o João só tinha maldade na cabeça, que ali era um bom passatempo e que nada do que o João dizia era verdade.

 

João, um dia, se cansou daquilo tudo. Vendo que Maria não ia largar mesmo as redes sociais, preferiu renunciar ao seu grande amor e deixar Maria viver sua vida, a seu modo, do jeito que ela passou a gostar de viver, ou seja, desfrutar dos carinhos e dos afagos dos admiradores virtuais.

 

Quem sabe, um dia, um desses admiradores, lhe dê o que João não lhe dava: tristeza, solidão, grosseria, desrespeito, abandono e desprezo. Ou que lhe negue a dar o que João mais amava lhe dar: amor puro, sincero e com origem no coração e não no desejo carnal.

 

- jose valdir pereira - 



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