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domingo, 2 de janeiro de 2022

Ele não pensava assim


...E nem imaginava que ele morria aos pouco, tomado por uma violenta e cruel solidão;

seu silêncio o fizera tão imperceptível, que a morte lhe tomou de mim, antes que eu sentisse estar ele acometido do pior mal do século, feito eu.

Que posso fazer dessa amargura de não ter feito nada, a tempo, a tempo de dar-lhe um pouco da minha solidão, e, a dois, não mais apartados, debelarmos tão nefasta doença?

Cuido-me para não ser ceifado pela foice do ostracismo...pelo esquecimento...ele não pensava assim.

Não devo me calar; preciso ser visto; notado...Ele não pensava assim.

Porque, se já se vão os amigos, aos pouco, um a um, engolidos pelo viver à mercê dessa desdita, também, decerto, vou-me eu...E por que não?

É! Mas ele não pensava assim.

"Quem sabe a morte, angústia de quem vive (me deixe)

Quem sabe a solidão, fim de quem ama" (me deixe, também).

 

Ele não pensava assim!

 Morreu!

(jose valdir pereira)



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