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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Tempos que não podem ser esquecidos

 
Tempos preciosos que dignificam a humanidade.

Há dois assuntos recorrentes que dominam impiedosamente a opinião pública de forma inexorável. Um, diz respeito aos ataques que a mídia incursiona sobre o executivo, com uma certa cooperação dos outros poderes, que agem de forma discreta (um deles, nem tanto). O outro, é a intempestiva pandemia Covid 19, que amedronta e destrói a paz da família, causando destroços e muita desordem na sociedade, em todos os aspectos: políticos, econômicos, religiosos, morais, intelectuais, entre outros.

Isso tudo, dispersa todos nós das situações e momentos que guardamos ou levamos conosco, na alma e no coração, dando-nos à mente o trabalho de pensarmos sobre certas coisas que ainda guardamos em nossa memória, porque nos ligam aos valores morais e culturais genuínos e advindos dos mais longínquos tempos, passados de gerações em gerações, de tradições em tradições.

Um amigo, médico e escritor, escreveu uma história que está publicada em um de seus livros, abordando o tempo em que os sinos da catedral de sua cidade, eram tocados sempre, todos os dias, as 18 horas e, também, quando falecia alguém, residente na cidade. Esse gesto, bucólico e parnasiano, romantismo das províncias, onde todos se conheciam, sucumbiu ante os procedimentos modernos da época em curso, deixando para trás um legado cultural e religioso, impossível de ser esquecido pelos homens de bom senso.

Outro dia assisti o filme "Terra das Sombras", e, emocionado, vi algo que está ficando cada vez mais raro nos dias de hoje, na nossa cultura moderna. Nesse filme, acontece o casamento dos dois protagonistas. Ela, a protagonista, descobriu que estava com câncer e ele, um professor da Universidade de Oxford, já algum tempo seu amigo, jamais lhe havia dito que a amava. É que, nesse relacionamento de pura amizade, ele foi despertado para o amor, para amá-la, mas não disse, nunca se declarou para ela que a amava. Com a doença e por estar sempre perto dela, dando-lhe a assistência que o caso requeria, tendo sido informado pelo médico que ela morreria dentro de algum tempo, ele, inspirado em uma frase de um escritor que disse (o mesmo que disse: "a leitura é para sabermos que estamos sozinhos) que devemos dizer às pessoas que amamos, o que queremos, na oportunidade que temos, tipo: "eu te amo", "tu és alguém sem a qual eu não posso viver". Isto porque, amanhã será tarde. Tarde demais. E, talvez, não seja mais importante dizer. Ele, ao vê-la sobre o leito, doente, orientado pela leitura que fizera, pediu-a em casamento.

Bem! Foi emocionante ver a cerimônia de casamento, realizada por um padre, na presença de familiares e pessoas do hospital.

Sob a orientação do padre, onde ambos repetiam as palavras do celebrante, aconteceu:
Ela: eu, maria, recebo você, José, como meu legítimo esposo, deste dia em diante, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para amá-lo, respeitá-lo e obedece-lo, até que a morte nos separe.

O celebrante pede as alianças e, em seguida, pede para que ele repita:
Ele: eu a desposo, com meu corpo eu a adoro, com todos os meus bens mundanos eu a contemplo.
Em seguida, o celebrante, diz: o que Deus uniu em matrimônio, nenhum homem separe.

Amém!

Foi um tempo muito bom. Clássico. Cheio de nobreza e de contemplação. Um tempo que os costumes consubstanciavam os valores morais, religiosos, culturais, sociais e políticos da humanidade.

A oportunidade de ver o filme, deu-me à reflexão de algo muito importante. Além de não desperdiçarmos, no tocante ao romantismo, ao amor, a oportunidade de dizermos a quem amamos, que amamos, depreendi que as mulheres raramente pedem o homem, seu amor, em casamento. E, creio, às vezes, o homem, por ser desajeitado e tosco, despreparado nesse sentido, de pedir sua amada em casamento, faz com que demore bastante para acontecer o enlace matrimonial. Então, que o moderno traga uma mudança significativa para a efetivação do matrimônio.

Que a mulher, também, seja capaz de tomar a iniciativa de pedir ao seu homem, que se case com ela. tipo: meu amor, você aceita casar-se comigo?

Desse jeito, voltaremos a ouvir, mais vezes, os sinos da igreja soarem alegremente, anunciando um feliz casamento.

- jose valdir pereira -
 


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