...De uma dessas cartas que envio, de quando em vez, a mim...e não
leio...porque, na verdade, ela é endereçada a você.
Antes que outras palavras sejam escritas, deixa que estas que seguem digam do
estado glorificado do meu coração;
porque quão feliz me deixaste pela nova obra literária de tua alma, nascida do
teu coração de poeta, que vais nos brindar, com tuas palavras profanas e
sagradas.
O poeta é tão difícil de ser descrito, porque, quanto mais se mostra menos se
deixa ver... Não sei se é o que quer, mas parece...Não? Por isso, é um
artista... das palavras!
Não! Sim! Ou seja: na verdade, o poeta é tudo que não escreve e, se é algo que
escreve para ser, não sei...
.
Dificilmente percebemos sua essência, porque não alcançamos a pureza da sua
alma e nem o amor que carrega seu coração...quando escreve, por causa das
incursões que faz ao vasto mundo de prazer, ilusões, desejos, sonhos, medos,
verdades e utopias, faz sua viagem encantada e sozinho... e, vez ou outra, só
quem compreende sua poesia, o acompanha sentindo suas dores, sua agonia,
prazeres, perdas, sucessos, nostalgia e sua vida.
Eis que, assim, apercebe a melodia, a canção, dos versos contidos na sua
poesia. Mas, como ele, cada ledor, dá a versão que abraça sua alma, seu
coração, naquele momento, naquela circunstância.
O poeta, não faz versos sob encomenda e nem é poeta quem faz poesia à revelia
da alma e do coração. Não é poeta quem se submete às regras da razão! A poesia
nasce de forma descompromissada, e longe de ter sido fruto de uma ação
planejada. Tanto é verdade que ninguém mais aborta que o poeta.
Quantas folhas à lixeira, com poesias inacabadas, inspiração interceptada,
coitos interrompidos...
Quando juntas tuas poesias que formam teu novo poetar, sente e descobre apenas
um pouco do poeta que és...não porque és pouco poeta, mas devido a grandeza do
teu ser poeta. Entrar no teu mundo é aprender a olhar, de forma diferente, as
verdades, os segredos, a feiura, a beleza, a nobreza e a pobreza da vida.
Feliz de quem puder contar com tua companhia ao te ter, onde tu te entregas à
tua nudez e à tua pureza de não ser, nos teus versos, na tua poesia.
Fico feliz por ter tido este privilégio.
Parabéns!
[José Valdir Pereira]
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