quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Saudade de um amigo


Não é à distância que maltrata os amigos;
é a vontade do abraço, que não larga do pé;
é o copo de cerveja, que convida sem nada dizer;
é a fumaça do cigarro dos outros, que lembra solidão, por causa da ausência!

É um som das cordas do violão, querendo acompanhar o amigo numa bela canção;
é tudo isso junto, e mais ainda, a falta do aperto de mão.
Mas, também não é só isso! É tudo, tudo isso e mais:

É a lágrima que não cai, mas que está ali, de prontidão; quase marejando! 
E os olhos molhados, o rosto seco, esperando as lágrimas rolarem...

É o último abraço dado, o último sorriso calado, o olhar embaçado, o riso chorado, os passos lembrados, do amigo que se foi, querendo ficar, que não se despediu, não se sabe porquê, e quando virá.

Num jardim, não vemos rosas, aparecem cravos; não, não aparecem cravos; são mesmo rosas que dele vêm; a lua escondida...Que lua! Não existe mais lua; e a seresta sumiu; o sol é que vem, e aquece nossa pele, como faz o amigo com os açoites de um beliscão, quando quer que não sonhemos, por causa da ilusão.

Maldita ilusão! Por causa dela, quase me perco na contramão; 
quase me despeço desse mundo cão, com o Infarto do miocárdio, ai meu coração.

Não é à distância que maltrata os amigos; é a ausência! Não uma qualquer!
Uma ausência qualquer, não!
A simples ausência de um amigo?
Não é tão simples assim!

 jose valdir pereira




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