Não vês

Não vês, mas sonho, tenho delírios,
ouço tua voz, estás no meu espelho,
andas ao meu lado e de mãos dadas,
caminhamos;

deitas comigo, tomas meu leito e teu corpo repousa sobre o meu,
acolhes-me nos teus braços,
fazes-me carinho e me cativas mais que o amanhecer,
a noite apaixonada, as flores perfumadas e as folhas verdejantes,
as gaivotas em voos rasantes sobre o mar,
atrás dos peixes saltitantes,
que deslizam em correntezas que vão sem voltar...

Não vês, mas sou a flor que chega às tuas mãos,
a fruta que levas à boca,
a natureza que espreita teu sorriso belo,
a chuva que cai para te molhar,
conhecer teu corpo pelas gotas que escorrem,
as nuvens que seguem lentamente,
porque querem te ver passar.

(jose valdir pereira)