terça-feira, 25 de outubro de 2011

A flor e o beija-flor

Pintura; Jaime Veras


Nem bem amanhecera, titilando como das outras vezes,
 
afoito e fugaz, querendo logo se refestelar, chega e,
 
de bem pertinho, contemplando-a, elegantemente, diz:

 
Dar-te-ei, de vez, toda a minha riqueza; peço-te, entretanto,
 
que não fiques com ela, mas a dê para o teu maior amor!

 
A flor ficou reflexiva, deixou que o segundo seguinte se fosse,
 
e respondeu-lhe: então fica com ela, porque, se me alcançar, devolvê-la-ei.

 
O beija-flor encontrara a sua predileta flor!
 
Não disse, mas era a que mais beijava,  com quem mais tempo ficava e,
se longe, depressa voltava. A essa, ele verdadeiramente amava!
 
(José Valdir Pereira)

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