AÍ, JÁ NÃO SOMOS NÓS...
então, nos perdemos de nós;
depois nos encontramos e já não somos nós;
porque já há muito de nós apagado, esquecido, deixado pra trás;
então, já não nos olhamos com liberdade, nem tocamos nossas mãos,
e nos tornamos estranhos e distantes, um do outro...
Ausência, foi a tua, foi a minha ausência de nós...
...isso é o que faz a ausência, a displicência com os instantes seguintes,
mesmo que involuntária, a mercê da negligência dos momentos da breve loucura que se apossa e destroça.
Inadvertidamente, caminhamos passos contrários, embora admoestados pela sensibilidade do amor, que, de tão cego e louco, não nos fez caminhar na mesma direção...enquanto nos enganávamos na solidão, querendo um ao outro...
E se vão as horas, o olhar se apaga, os passos se apressam e, desencontrados no tempo e no espaço, já não podemos seguir o mesmo caminho, ao mesmo tempo...Aonde um chega, o outro só algum tempo depois... e, talvez nem passe, porque estagnou na taverna da esquina, debruçado sobre a mesa, perto de um copo já vazio...e também só.
E, aí, já não temos a mesma cama, o mesmo alpendre, as mesmas flores, o mesmo vinho, a mesma canção de amor, a nossa dança, os nossos sonhos de amor.
E, aí, já não somos nós; apenas um cada qual solo e preso no peso da solidão, se sustentando na parte que já não mais existe no outro - e já tão vazia!
(jose valdir pereira)
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