Este Blog foi criado pensando em você, que é uma pessoa de bom gosto.
Para divulgar a vida, a história e a criação literária do poeta e escritor josé valdir pereira.
Que a vida nos seja leve e o futuro promissor, na amizade e no amor
Antes de entrar na leitura, deixe eu lhe dizer: adoro meus poemas e tudo que escrevo. Sou meu fã número 1.
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terça-feira, 21 de maio de 2024
Retalhos da história de Rondônia 4
Quando
fui professor no Carmela Dutra, estive trabalhando para uma turma muito
especial. Esta turma era bem singular e extraordinária. Primeiro, pelos alunos
que lá estavam: João Lobo, Sulivan, Edson Mugrabe, Paulo Ayres, minha irmã
Vania, e a bem extrovertida e amiga que atendia pelo cognome de vovozinha e
muitos outros. Esse pessoal trabalhava o dia todo e, ainda assim, encontrava
energia e disposição para se deslocar de sua casa, depois de um dia duro de
trabalho, para enfrentar 4 ou 5 horas de aulas (módulo da cada aula de 50 min).
Eram assim, nos Colégios noturnos de Porto Velho. Cheios de alunos guerreiros.
Eu fui
sempre muito amigo dos meus alunos, permitia que eles entrassem depois do
horário, evitava que as aulas fossem pesadas e exigisse mais sacrifício para
quem estava exausto e cansado.
Jamais
iniciei uma aula sem os descontrair, quer seja contando uma anedota, quer seja
conversando um pouco sobre o dia a dia nosso. Eles ficavam à vontade para se
manifestarem por alguns instantes. Eu adotava esta pedagogia para
descontraí-los. Só depois a aula era propriamente iniciada. Nesse grupo tinha
gente de todo tipo, de todas as origens: poeta (Sulivan), jornalista Paulo
Ayres), comunista (João Lobo), professora (Vânia)...
A
disciplina era Estatística da Educação. O curso era Pedagogia. Curso noturno.
Tivemos vários diretores. Bons diretores. Professora Léa, professor Ageu,
professora Lygia, padre Zenildo... Na sala dos professores, esses (Inácio de
Loyola, Álvaro Lustosa, Zenildo da Silva, José Valdir) conversavam sobre os
alunos (admirados sobre a dedicação deles) e cada professor dava as informações
necessárias para que a turma tivesse um atendimento programado conforme a
demanda, que era muito heterogênea, diversificada e bem ampla.
Era uma
turma que não havia necessidade do professor pedir para que deixassem as
conversas paralelas, nem recomendasse que estudassem, que não faltassem as
aulas e que dessem sempre uma olhada no que fora apresentado pelo professor
anteriormente, dada a necessidade do embasamento que pediam as aulas
subsequentes.
Espontaneamente,
João Lobo era o líder da turma. Aluno e amigo nosso na sala de aula e um grande
amigo fora dela. Educado, culto, prestativo, samaritano, adorava se prestar a
socorrer os amigos, fora e dentro da sala, como quem estivesse o tempo todo a
servir.
Do
Sulivan, tenho a lembrança de que sempre chegava 2 ou 5 minutos depois da aula
iniciada. Chegava quando eu estava nos preâmbulos. Ele sabia que, no início das
aulas, eu tinha essa metodologia de deixar a turma à vontade para haver
condições de aprendizagem. Afinal, ali todos haviam passado o dia trabalhando.
Alguns saíam direto do trabalho para o Carnela Dutra,
Eles já
eram por assim dizer, formados. Na verdade, precisavam do famoso canudo para
prosseguir estudos, melhorias salariais, posições sociais, desenvolvimento
pessoal, etc.
Da vovó,
lembro-me que fazia a turma rir bastante, principalmente naquele momento em que
eu deixava a turma descontraída, para se contextualizar na sala de aula.
Havia um
aluno por nome Edmar Repouso do qual eu havia sido professor na Escola
Samaritana, no 4º ano primário. A exemplo do Paulo Ayres (que foi Prefeito
Mirim de Porto Velho, quando o Adaídes Batista, o Dadá, foi Governador), meu
aluno na mesma época.
Certo dia
na UNIR (eu era professor de Metodologia Científica no curso de Administração
de Empresas), no primeiro dia de aula, na apresentação do professor e dos
alunos à classe, lá estava o Edmar. E eu lhe disse em tom de brincadeira:
Edmar, rapaz, você está me perseguindo? Foi meu aluno no primário, no colegial
e agora no ensino superior? Ele riu, a turma se descontraiu e começamos a aula.
Não era
fácil para eles. Teriam que aprender como ler textos, escrever, fazer
monografias, fazer resumos, interpretar, estudar as regras da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que embora seja muito associada a
trabalhos acadêmicos, a ABNT também define normas e técnicas para produtos
industriais e prestação de serviços.
No
Colégio Carmela Dutra, turma do magistério na qual eu lecionava Estatística da
Educação, não era também fácil. Ainda bem que, ciente da necessidade do
professor ser bem didático e saber ministrar as aulas com uma metodologia
diversificada e ajustada à faixa etária e experiências dos alunos, a
Estatística que eu lecionava, era uma disciplina atraente, cheia de gráficos e
a aritmética era a matemática básica para sua compreensão.
Muitos
desses alunos foram marcantes na minha vida de professor. O Sulivam chegava com
seus poemas e me mostrava cheio de alegria. O João Lobo, sempre educado e
gentil, apresentava-se uma figura política, culta e cheia de horizontes. Paulo
Ayres carregava no semblante os sonhos que queria alcançar, (hoje, é um dos
melhores jornalistas de Rondônia, tendo sido, inclusive, Assessor Chefe de Comunicação
da Assembleia Legislativa de Rondônia. Ao lado do radialista Luiz Augusto, fez
grandes reportagens para a Rádio Caiari, em várias áreas sociais, inclusive deu
cobertura jornalística ao primeiro vestibular da Universidade Federal de
Rondônia (UNIR), quando eu exercia o cargo de Pró-Reitor Acadêmico.
São
muitas as lembranças desta turma. Mas não vou me estender muito porque a
leitura fica desinteressante, embora não possa deixar de evidenciar a dedicação
e o grande sucesso que alcançou um dos meus alunos brilhantes, que havia feito
o ginasial comigo no Dom Bosco, nosso querido Edson Mugrabe, hoje um grande e
competente Engenheiro Florestal.
Quando
estou em Porto Velho, ainda, feliz, encontro-me com alguns desses notáveis e
extraordinários alunos. Lamentei muito quando soube que alguns já haviam
partido para a morada eterna, como o amigo Sulivam, o amigo João Lobo, entre
outros.
Sempre
que vejo o filme "Ao mestre com carinho", LEMBRO DESSA GENTE QUERIDA.
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