Hoje
tive vontade de escrever uma história de amor. Pensei na minha, mas logo
desisti. Pouca atraente, muita romântica, cheia de viagens, despedidas,
esperas, vontades e desejos esquecidos, amores encontrados e, logo,logo,
perdidos...amor demasiado pelas flores, muito monógamo e fiel, leal e que se
apaixona com facilidade pela mulher amada, a ponto de se apaixonar duas,
três... mil vezes pela mesma mulher, até ela se cansar de tanto amor e ir-se
embora...Não, com certeza, minha história de amor, não vai ser bem recebida
pela crítica (qual, onde, quem?) especializada em assuntos do coração...
Pensei na história de amor da vizinha, mulher linda e educada, finíssima, de
boa cultura, apaixonada pela literatura, especialmente pela obra de Cecília
Meireles e Florbela Espanca, embora tenha visto, algumas vezes, portando livro
de Raquel de Queiroz; mas, quem sabe, por ser cearense, o romance "O
Quinze" da escritora tenha lhe cutucado a atenção. Mas foi outra protagonista
que desisti, porque é senhora de um senhor muito ciumento e, a essa altura da
minha vida, não quero enfrentar mais nenhum conchavo e nem mais outras
carreiras por causa de aventuras (des) amorosas...
Sem encontrar o protagonista certo, quase renunciava à difícil incursão
literária. Só que, de repente, lembrei-me que o certo mesmo era partir para uma
história de amor de ficção, criada a partir do nada, fruto de uma proposta de
amor surreal, imaginário, que só acontece nesses épicos filmes românticos, que
nos fazem as lágrimas rolarem rosto abaixo e que nos tocam o coração, a alma e
até o feeling dos sem coração e dos desalmados.
E sabe o porquê dessa invenção? Ela surgiu da vontade de ver um filme de amor,
daqueles bem melosos, cheios de dramaticidades, idas e vindas dos amantes e dos
amados, muitas flores, beijos, saudade, tristezas e alegrias, provas de amor,
pactos de fidelidade, promessas de amor sincero, amor eterno, cenas de ciúmes,
dessas que podem levar os amados à uma ruptura por motivos fúteis e sem valor.
Faz tempo que não há uma daquelas produções tipo "E o vento levou",
"O morro dos ventos uivantes", "Casablanca", "Amor,
sublime amor", "Rebecca", Alma em Suplício", Doutor
Jivago" " O Milagre", entre tantos que me fizeram tornar-me
apaixonado pela atriz protagonista...e que eu os via mais de...nem sei quantas
vezes...
Então, hoje comecei a escrever uma bela história de amor. E, como sou muito
exigente comigo até quando estou a escrever, penso que vai ser uma bela
história de amor. A começar pelo título, "Sempre te amarei!". Mas, se
não for uma bela história de amor, não tem problema, pois, quase sempre, toda
história de amor é bela!
(jose valdir pereira)
P.s.: não esperem para breve uma história de amor porque isto, o texto, é uma
crônica (Como dizia meu amigo Edson Jorge Badra, crítico literário dos bons, lá
de Rondônia, crônica é um gênero literário que consiste na apreciação pessoal
dos fatos da vida cotidiana).
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