Ignora seu coração, segue a mente do estranho, esquece os ensinamentos dos pais, se joga por entre os molambos, inocente ou ignorante, lá vai sem saber que o caminho por onde anda não tem o que oferecer, mas segue porque já foi induzido ao consumo de uma ideologia nefasta, sem sustentação alguma, apartada do bem...
é um zé ninguém, hilário, afoito e destemido, mas não tem o que comer, abraça com unhas e destes a desgraça, e continua a enaltecer, seu deus onipotente e sem juízo, que o fez se perder na insensatez do mundo, na loucura do submundo, na cartilha do malfazejo, no templo da perdição...
Que fazer depois da algazarra, quando a noite chegar, sozinho e sem os gritos que o motiva a caminhar, sem ter o que fazer, pois terminou o momento da insensatez, ele chora copiosamente e ninguém o vê, nem seus aliados, nem quem lhe deu um pouco de comer, seu deus o alija da riqueza, seus amigos desaparecem, só lhe resta o osso do cão, que acabou de comer, sossegado e sem pressa...
Agora, fica à espera de mais um desses movimentos que, de certo, virá, e outra vez sua mente aquecer, seu estômago comer, seus sonhos reativar, pena que só por uns instantes, pena que isso não vai lhe adiantar, continuará na mesma miséria, sem o que comer, sem um trabalho pra sobreviver, sem um amor para amar...
- Jose valdir pereira -
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