domingo, 26 de fevereiro de 2023

A peçonhenta

 
 
Olhou pra mim e desferiu veneno mortífero.
Imobilizado em suas entranhas assassinas,
por pouco não cedi à desventura fatídica.
 
No limiar, a doçura, o prazer, a entrega sem reservas...
Mas, é como quem, logo ali, o bote prepara e,
vorazmente, despeja veneno, causando, se não a morte, uma terrível e insuportável dor.
 
Se escorpião, aranha ou cobra, não sei.
Também, de que adianta, se assumem formas que ludibriam sua presa facilmente?
Eu só sei que era peçonhenta.
Coisa muito peçonhenta.
E outra vez, não me saí bem dessa!
Não penso que errar é humano e insistir no erro, burrice.
Muito pelo contrário!
Penso que errar é burrice e insistir no erro é humano.

- jose valdir pereira -

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