...Ai, você some e eu sumo; então, nos perdemos de nós;
depois nos encontramos e já não somos nós; porque já há muito de nós apagado, esquecido, deixado pra trás;
então, já não nos olhamos com liberdade, nem tocamos nossas mãos, e nos tornamos estranhos e distantes, um do outro; isso é o que faz a ausência, a displicência com os instantes seguintes, mesmo que involuntária, a mercê da negligência dos momentos da breve loucura que se apossa e destroça.
Inadvertidamente, caminhamos passos contrários, embora admoestados pela sensibilidade do nosso amor, que, de tão cego e louco, não nos fez caminhar na mesma direção.
E se vão as horas, o olhar se apaga, os passos se apressam e, desencontrados no tempo e nos espaço, já não podemos seguir o mesmo caminho, ao mesmo tempo...
Aonde um chega, o outro só algum tempo depois...
E, aí, já não temos a mesma cama, o mesmo alpendre, as mesmas flores, o mesmo vinho, a mesma canção de amor, a nossa dança, os nossos sonhos de amor.
Aí já não somos nós;
apenas um cada qual solo, se sustentando na parte que já não mais existe no outro - vazio!
(jose valdir pereira)
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