COISAS DO
DIA A DIA
Essas
coisas acontecem todos os dias. Em uma lanchonete, em uma festa de
aniversário, no cinema, no shopping, em qualquer lugar,
aparentemente social.
De repente, olhares se cruzam. Ele, elegante, bonito, não tira os olhos dela. Ou ela, cheia de charme, olhar atraente, põe seus lindos olhos sobre ele e o hipnotiza, levando-o a imaginar que ali está o amor da sua vida, a provável mãe de seus filhos. Ela, por outro lado, fita-o dos pés a cabeça, imaginando que ele bem que poderia ser o pai de seus filhos.
É assim, que começa um relacionamento sem futuro, fugas e inconsequente. Pela
conquista, pelo uso do olhar, do charme. Nem bem se viram, já começam a se
apresentar, cada um mentindo mais que o outro, cada um querendo conquistar sua
presa, tê-la à sua disposição, nem que seja por aqueles momentos que ali juntos estão.
Ela tenta seduzi-lo. Ele já o fez. O homem é mais ardiloso, apressado para descascar a banana e comê-la.
Enfim, cada um com suas mentiras desvairadas, jogando charme, um para o outro, tentando se enganar quanto às qualidades que têm, suas riquezas e seus dotes.
A essa
altura, uma mentira pra cá, outra pra lá, ambos têm os mesmos gostos, preferências e sonhos. Poder-se-ia dizer
que, pelo que contaram um ao outro, formam um casal perfeito.
Talvez
ela, a mulher, que é sempre mais romântica e sonhadora, pensasse na
possibilidade de, depois daquele breve instante de flerte, pudessem se encontrar outras vezes. Ele, um lobo com
pele de cordeiro, na verdade quer saborear o filé que está à toa, e tão somente
isso. Ambos mentiram tanto que cairão na própria armadilha.
Ele, casado, esposa em casa, mulher do lar, cuidando dos filhos. Ela, casada, acostumada a sair para tomar um sorvete ou um cafezinho, tem seu marido no trabalho, porque as despesas da família são muitas e ele precisa fazer hora extra.
Assim, os dois se curtem nesse encontro acidental, casual, trocam carícias verbais, põem em suas mentes outros encontros e possibilidades, se tocam com as mãos, beijos no rosto na apresentação e na despedida, trocam amabilidades, enquanto seus verdadeiros amores estão doando suas vidas em casa
ou no trabalho para que, ela, que saiu pra tomar um sorvete, ou ele, que saiu para caçar cordeirinhas, tenham um encontro para porem em prática a pobreza de caráter e instintos selvagens, de pura maldade e de execrável crueldade.
O que são as pessoas. É bom porque, nessas ocasiões, os dois se merecem.
- jose valdir pereira -
Nenhum comentário:
Postar um comentário