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sábado, 11 de janeiro de 2020



EU JÁ ME ACOSTUMEI A ESTAR SÓ

Eu já me acostumei a estar só.
Já e tanto, que quando a companhia não é agradável, 
sinto falta de mim, em mim.

Talvez porque não falem a minha linguagem, 
não apreciam meus gostos e nem veem o mundo à maneira que  o enxergo.

Difícil sentir os mesmos sentimentos quando o outro tem sonhos diferentes dos seus,
ou está aquém, muito aquém, de você na sua caminhada, a percorrer outros caminhos...

Já não tenho certos sonhos, certos desejos, algumas ilusões, e já não acho graça em certas momentos, quando muitos morrem de rir...

O por do sol me traz a voz de Deus, o encantamento de certas ausências, ainda mais daquela ausência lenta e majestosa, feito a vida a ceder pra morte...

Já me deslumbro com apenas o gorjear dos passarinhos, com o som divino das águas escorrendo nas pedras dos riachos, com o voo do condor nas alturas do céu, e com as espigas de milho no milharal, tenras e de cabelos longos, 
feito moças que se enfeitam de mulher para o amor...

Nem sinto falta de alguém quando estou só, porque tudo é uma questão de ter alguém sempre. Se não está sempre, a gente se acostuma quando ausente. E sempre é um tempo que nunca existe. Ninguém vive para sempre para alguém. Há sempre uma fuga de si e do outro para novas aventuras, outros braços, outros olhares, o fascínio do novo, do diferente, do inusitado.

Não obstante, mesmo assim, talvez, pode ser, exista sim, alguém que seja uma companhia eterna, constante, aquela que, se não estiver ao seu lado, presente sempre, fica mal, adoece, torna-se impaciente e é como se algum pedaço seu estivesse lhe faltando...Talvez!

- jose valdir pereira - 

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