Cadê o amor

 
Quando o silêncio chega de repente,
a luz do sol desaparece, e nenhum sombra;
quando o tempo não corre e o céu escurece,
as janelas e as portas se fecham,
o amor não acontece, as flores esmaecem,
as borboletas adormecem
e a flor, aos beija-flores não apetece,
o verde murcha e os rios secam,
nenhuma esperança, nada mais resplandece,
até as mãos, calejadas, emudecem,
os olhos, esmorecidos, sequer enxergam, fenecem;
o vento, outrora afoito e fugaz, esmorece,
o sol escurece, a pagã faz sua prece, apela e pede,
o beijo de amor não acontece,
os anjos desobedecem e o céu escurece,
o gazear das andorinhas entristece,
a noite é longa, o dia não amanhece,
o sorriso desenternece;
é sempre assim, quando o amor desvanece.
Cadê o amor, que não aparece?
- jose valdir pereira -