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"Sou o que sou e o que tenho, no corpo e na alma, no coração e nas mãos...
no caminhar o peso da vida, no olhar, os amores e as dores do coração...
sou os pés descalços que caminham, as mãos calejadas que suam, os gritos da
noite, a alegria em lágrimas, pela volta do filho, altas horas da madrugada ...
sou a tristeza que sorri, o riso que chora, a esperança de dias melhores, o
milagre da vida...a tua aurora...
sou o tempo desperdiçado, recuperado, perdido, encontrado, feliz, triste,
alegre e sofrido...o teu porto esperado - querido!
Sou o mar de amor que transborda e que transforma o tempo triste que te
incendeia, o valimento que não deixa sair a gota de sangue que corre veia adentro,
quando choras e vives em agonia...
sou o amor que te impede de sofrer, a dor que te livre de ser, a volta
tranqüila, a ida sem sofrimento, a dor passageira, a fé no porvir, a certeza de
um novo dia...
sou o pão que te alimenta, a chão que tu pisas, a roupa que vestes, o bom
alimento, a tua comida...o teu despertar...
sou tuas lágrimas, teu sorriso contido, tua beleza e vaidade, teus encantos e
realeza, teu brincar de ser grande, tua pequenez na tua grandeza de ser...
sou o que eras ontem e o que ainda queres ser, o limite dos teus desejos, o
suporte do teu prazer, as noites sem sono, a espera incansável, a oração para
te abençoar, a súplica de dias melhores...tua cantiga de ninar...
sou a amante que nada pede, que ama sem nada em troca (querer), sou vulcão em
chamas - não só quando me amas e me tocas, e quando sussurras pedindo amor,
quando me vens todo prosa...como quem a não se lembrar do que passou...
sou o teu dia, a tua noite, o teu prazer, o teu repouso, a tua glória, a tua
volta, a tua revolta, o teu retorno, o teu recomeço, o teu abrigo, o teu leito,
o teu começo e o teu fim, e tudo o mais que queiras que eu seja...eu sou -
porque eu te amo; porque eu sou o teu amor!"
(jose valdir pereira)
Pintura: Gabriel von Max (1840-1915)
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