Tempos preciosos que dignificam a humanidade.
Há dois assuntos recorrentes que
dominam impiedosamente a opinião pública de forma inexorável. Um, diz respeito
aos ataques que a mídia incursiona sobre o executivo, com uma certa cooperação
dos outros poderes, que agem de forma discreta (um deles, nem tanto). O outro,
é a intempestiva pandemia Covid 19, que amedronta e destrói a paz da família,
causando destroços e muita desordem na sociedade, em todos os aspectos:
políticos, econômicos, religiosos, morais, intelectuais, entre outros.
Isso tudo, dispersa todos nós das
situações e momentos que guardamos ou levamos conosco, na alma e no coração,
dando-nos à mente o trabalho de pensarmos sobre certas coisas que ainda
guardamos em nossa memória, porque nos ligam aos valores morais e culturais
genuínos e advindos dos mais longínquos tempos, passados de gerações em
gerações, de tradições em tradições.
Um amigo, médico e escritor, escreveu
uma história que está publicada em um de seus livros, abordando o tempo em que
os sinos da catedral de sua cidade, eram tocados sempre, todos os dias, as 18
horas e, também, quando falecia alguém, residente na cidade. Esse gesto,
bucólico e parnasiano, romantismo das províncias, onde todos se conheciam,
sucumbiu ante os procedimentos modernos da época em curso, deixando para trás um
legado cultural e religioso, impossível de ser esquecido pelos homens de bom
senso.
Outro dia assisti o filme "Terra
das Sombras", e, emocionado, vi algo que está ficando cada vez mais raro
nos dias de hoje, na nossa cultura moderna. Nesse filme, acontece o casamento
dos dois protagonistas. Ela, a protagonista, descobriu que estava com câncer e
ele, um professor da Universidade de Oxford, já algum tempo seu amigo, jamais
lhe havia dito que a amava. É que, nesse relacionamento de pura amizade, ele
foi despertado para o amor, para amá-la, mas não disse, nunca se declarou para
ela que a amava. Com a doença e por estar sempre perto dela, dando-lhe a
assistência que o caso requeria, tendo sido informado pelo médico que ela
morreria dentro de algum tempo, ele, inspirado em uma frase de um escritor que
disse (o mesmo que disse: "a leitura é para sabermos que estamos sozinhos)
que devemos dizer às pessoas que amamos, o que queremos, na oportunidade que
temos, tipo: "eu te amo", "tu és alguém sem a qual eu não posso
viver". Isto porque, amanhã será tarde. Tarde demais. E, talvez, não seja
mais importante dizer. Ele, ao vê-la sobre o leito, doente, orientado pela
leitura que fizera, pediu-a em casamento.
Bem! Foi emocionante ver a cerimônia
de casamento, realizada por um padre, na presença de familiares e pessoas do
hospital.
Sob a orientação do padre, onde ambos
repetiam as palavras do celebrante, aconteceu:
Ela: eu, maria, recebo você, José,
como meu legítimo esposo, deste dia em diante, na alegria e na tristeza, na
riqueza e na pobreza, na saúde e na doença, para amá-lo, respeitá-lo e
obedece-lo, até que a morte nos separe.
O celebrante pede as alianças e, em
seguida, pede para que ele repita:
Ele: eu a desposo, com meu corpo eu a
adoro, com todos os meus bens mundanos eu a contemplo.
Em seguida, o celebrante, diz: o que
Deus uniu em matrimônio, nenhum homem separe.
Amém!
Foi um tempo muito bom. Clássico.
Cheio de nobreza e de contemplação. Um tempo que os costumes consubstanciavam
os valores morais, religiosos, culturais, sociais e políticos da humanidade.
A oportunidade de ver o filme, deu-me
à reflexão de algo muito importante. Além de não desperdiçarmos, no tocante ao
romantismo, ao amor, a oportunidade de dizermos a quem amamos, que amamos,
depreendi que as mulheres raramente pedem o homem, seu amor, em casamento. E,
creio, às vezes, o homem, por ser desajeitado e tosco, despreparado nesse
sentido, de pedir sua amada em casamento, faz com que demore bastante para
acontecer o enlace matrimonial. Então, que o moderno traga uma mudança
significativa para a efetivação do matrimônio.
Que a mulher, também, seja capaz de
tomar a iniciativa de pedir ao seu homem, que se case com ela. tipo: meu amor,
você aceita casar-se comigo?
Desse jeito, voltaremos a ouvir, mais
vezes, os sinos da igreja soarem alegremente, anunciando um feliz casamento.
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jose valdir pereira -
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