É tudo tão viril e abrasador no limiar, que
chega a queimar o coração. Há aquele aperto na alma e a luz que acende a vida
começa a mostrar-se cheia de falhas, em um acender e apagar-se constantes, como
se quisesse ir embora, para no seu lugar, existir a amarga lembrança do amor
que existira.
Tal qual a flor que no alvorecer de sua
existência se apresenta airosa, bela e formosa, cheia de encanto e vida, mas
que, com o passar do tempo, como lhe é destino, vai se definhando, perdendo seu
brilho, seu perfume e sua beleza pueril e divina.
Assim como o caule da planta que ostenta
orgulhosamente a frondosa copa que lhe doa beleza, porque sem ela ele não passa
de um nada ereto, o amor deu-lhe brio e nobreza, momentos de ternura e prazer,
fazendo-o sentir-se um nobre senhor na vida que lhe era o bem mais precioso
entre tantos. Um amor sem o qual ele seria um nada, apenas isso.
É como a vida que tanto encerra o amanhecer
e a sua ausência, no crepúsculo, a sentir-se longe da luz, à mercê da
escuridão, que apaga o brilho da alma, deixa em letargia o amor no coração, ao
se recolher para submeter-se, depois, às possibilidades de um outro renascer.
O que pode ser a vida, o amor, a paz e a
esperança, do lado de fora do conhecimento, da experiência e da fé?
O tolo, o tosco, o obtuso, o alheio àquilo
que deixou de ver e de sentir enquanto o caminho era iluminado e eivado de
sabedoria, flores e uma infinidade de bons exemplos, de como poder aproveitar
ao máximo o momento supremo de sua existência, vê-se, ao final, um desidioso, tragado
por desrespeitar a importância da sua condição de ter sido concebido sob a
sagrada bênção de ser a imagem e semelhança do Criador.
- jose valdir pereira –
Sue Foell
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