terça-feira, 10 de outubro de 2023

Quem é jose valdir pereira

 





Do amigo José Ailton Ferreira “Bahia”

PVH/RO 08.09.90

Caro amigo Valdir,

Através de sua irmã (profa. Vânia), fiquei sabendo do seu regresso à bela terra de Iracema & cia. Espero que tudo de bom esteja acontecendo ao amigo. Você merece. Rondônia continua naquele ritmo de sempre, porém sofrendo um retrocesso político-econômico e a cultural não tem recebido o mínimo apoio. Tudo na base da raça de quem quer manter acesa a chama da criatividade.

Um abraço,

“Bahia”


A POESIA LÍRICA DE JOSÉ VALDIR PEREIRA

(texto do poeta José Ailton Ferreira “Bahia”)

 

Ele, com os escritores Kléon Maryan, Sílvio Persivo, Eunice Bueno, Aparício Carvalho, agitava (e muito), o mundo literário em Rondônia, no final da década de 70 e durante toda a década de 80. É um dos pioneiros do colunismo cultural em matutinos locais, inclusive, assíduo colaborador neste Alto Madeira.

Professor, ex-Pró-Reitor Acadêmico da Universidade Federal de Rondônia, é também poeta e ensaísta da maior relevância, já tendo publicado os livros Nascente (poesia), em 1982; Momentos (poesia), em 1983; Educação: Análise e Perspectivas (ensaio), em 1985 e Do Financiamento da Educação no Brasil (ensaio), em 2000.

Morando atualmente em Fortaleza, mas em visitas constantes a Porto Velho, onde tem familiares, o poeta José Valdir Pereira batalha agora a publicação do seu quinto livro, que já tem nome: EmFragmentos, contendo textos produzidos nos últimos anos.

Em conversa com o escritor, ele nos adiantou que a nova obra será dividida em três partes: uma consiste em fragmentos de algumas correspondências mantidas com escritores e artistas de todo o Brasil. A Segunda, contendo manifestações dos amigos, publicadas na imprensa especializada e, por fim, a última, contendo poemas, mostrando mais uma vez que o lirismo continua sendo o combustível na inspiração desse poeta cearense bem humorado, que diz coisas assim, no livro “Momentos”:

“Devo crer / que ser feliz, / viver é preciso, / do meu coração, / que sabe querer, / o que nutre o meu ser, / nesta paixão, /paixão que sinto, / do amor que tenho por você”.

Momentos, um dos livros de José Valdir Pereira, contém 48 páginas, foi editado pela Pannartz (SP), tem capa de José Paraná, que também ilustra as páginas internas da obra, em parceria com Isaías Vieira dos Santos.

O prefácio recebe a assinatura do escritor e historiador Vitor Hugo, que num trecho define o autor e a obra “...A poesia em ti, Valdir, eu já t’o disse: começa em teu lar. Não és poeta porque escreves poesias, tampouco és poeta porque tens um lar poético(...) Constituíste, sim, um idílico lar poético porque és poeta: a poesia está em ti...”

                                                                           

Na página 24 de “Momentos”, no poema “Nós dois em um instante” o autor se revela novamente um incorrigível romântico, um filósofo do amor:

“Com a minha presença diante de ti, ficaste impaciente; E a tua postura me sufocou... E os teus olhos, que falaram de ansiedades e desejos, guardados e fortalecidos pelo tempo que não foi nosso, impregnaram-me de vontades, deixando-me assim, impaciente tanto quanto tu”.

 

BREVE ENSAIO POÉTICO DE “MOMENTOS” DE
JOSÉ VALDIR

 

 

ESCOLHESTE A MIM

 

Escolheste a mim,

desajeitado e acostumado

com as coisas simples da vida,

pouco atrevido,

mas sem escrúpulo no

exercício do amor.

 

Queres a mim,

sem rodeios e por completo,

possuir-me de qualquer forma,

em qualquer lugar.

 

 
Assim, mesmo com tanta roupa,

ou com pouca liberdade,

no meio dessa multidão,

que está a espreitar

o nosso iminente mergulho

nas profundezas do amor.

 

 

SEMPRE PRESENTE

 

 

Embora distante, na calada da noite,

ou em meio às atribulações do cotidiano,

tu vives em mim e eu te sinto.

 

Quer seja na flor que vejo,

no vento que sopra,

no amanhecer,

no entardecer,

ou nas estrelas desse céu tão teu,

te sinto.

 

E na água cristalina deste riacho de desejos,

vejo o teu suave e tenro rosto,

com os teus olhos a me olharem,

deixando-me enlouquecido,

e a tua boca, teus lábios, tão sensuais,

porque não os toco,

fico em agonia.



 

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