sexta-feira, 31 de março de 2023

Uma história de amor


Hoje tive vontade de escrever uma história de amor. Pensei na minha, mas logo desisti. Pouca atraente, muita romântica, cheia de viagens, despedidas, esperas, vontades e desejos esquecidos, amores  encontrados e, logo, logo, perdidos...amor demasiado pelas flores, muito monógamo e fiel, leal e que se apaixona com facilidade pela mulher amada, a ponto de se apaixonar duas, três... mil vezes pela mesma mulher, até ela se cansar de tanto amor e ir-se embora...

Não, com certeza, minha história de amor, não vai ser bem recebida pela crítica (qual, onde, quem?) especializada em assuntos do coração...

Pensei na história de amor da vizinha, mulher linda e educada, finíssima, de boa cultura, apaixonada pela literatura, especialmente pela obra de Cecília Meireles e Florbela Espanca, embora tenha visto, algumas vezes, portando livro de Raquel de Queiroz; mas, quem sabe, por ser cearense, o romance "O Quinze" da escritora tenha lhe cutucado a atenção. 

Mas foi outra protagonista que desisti, porque é senhora de um senhor muito ciumento e, a essa altura da minha vida, não quero enfrentar mais nenhum conchavo e nem mais outras carreiras por causa de aventuras (des) amorosas...

Sem encontrar o protagonista certo, quase renunciava à difícil incursão literária. Só que, de repente, lembrei-me que o certo mesmo era partir para uma história de amor de ficção, criada a partir do nada, fruto de uma proposta de amor surreal, imaginário, que só acontece nesses épicos filmes românticos, que nos fazem as lágrimas rolarem rosto abaixo e que nos tocam o coração, a alma e até o feeling dos sem coração e dos desalmados.

E sabe o porquê dessa invenção? Ela surgiu da vontade de ver um filme de amor, daqueles bem melosos, cheios de dramaticidades, idas e vindas dos amantes e dos amados, muitas flores, beijos, saudade, tristezas e alegrias, provas de amor, pactos de fidelidade, promessas de amor sincero, amor eterno, cenas de ciúmes, dessas que podem levar os amados à uma ruptura por motivos fúteis e sem valor.

Faz tempo que não há uma daquelas produções tipo "E o vento levou", "O morro dos ventos uivantes", "Casablanca", "Amor, sublime amor", "Rebecca", Alma em Suplício", Doutor Jivago", " O Milagre", entre tantos que me fizeram tornar-me apaixonado pela atriz protagonista...e que eu os via mais de...nem sei quantas vezes...

Então, hoje comecei a escrever uma bela história de amor. E, como sou muito exigente comigo até quando estou a escrever, penso que vai ser uma bela história de amor. A começar pelo título, "Sempre te amarei!". Mas, se não for uma bela história de amor, não tem problema, pois, quase sempre, toda história de amor é bela!

(jose valdir pereira)



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