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sábado, 27 de junho de 2020

A difícil arte de ...


A DIFÍCIL ARTE DE AMAR E DE SER AMADO

Sobre a verdadeira razão do amor entre duas pessoas não acontecer como ambos imaginam, é motivado pela despreparação de cada um quanto ao exercício deste grande sentimento. Às vezes, quem mais tem que se dedicar ao sucesso do relacionamento, é aquele que tem uma bagagem de conhecimentos e de experiências no assunto, pela vivência e pelo tanto que já se dedicou a amar, incondicional, compromissada e ininterruptamente uma ou mais pessoas, uma de cada vez. Há de ter-se encontrado, enquanto isso, com diferentes naturezas, reações e entendimentos com os quais as pessoas amadas, se pautavam, se asseguravam para o exercício do amor na relação.

Alguns, senão a maioria, jamais tiveram contato com a Carta que o apóstolo Paulo de Tarso enviou aos Corintios (O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece,não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá...). Ou por outra, nada leu daquilo que escreveu Santo Agostinho sobre o amor entre a criatura e o Criador, nem teve contato com os grandes escritos acerca do assunto, deixados na literatura mundial, universal, como àqueles de Shakespeare, a beleza das declarações de Salomão sobre o amor, no livro Cantares (Cântico dos Cânticos), entre outros.

Vê-se, comum e constantemente, pessoas em um relacionamento com alguém, sem entender de nada sobre o que é amar, amar alguém e por ele ser amado. Elas se jogam na relação no escuro. E, assim, pensam que, na relação, o outro tem que lhe dar toda atenção, ser gentil, cuidar, garantir sua alegria, felicidade e realização amorosa, numa mão única, de forma unilateral. Ou seja: em troca, ou com relação à sua parte, àquilo que lhe cabe, em nada se preocupa em fazer. Quero dizer: fazer algo amoroso e amável pelo e para o outro.

Há muito egoismo de ambas as partes, quase sempre. Mas muito de quem não tem reflexões, estudo, leituras e experiência sobre o exercício de amar e ser amado. Se joga em uma relação, muitas vezes sob o domínio de uma paixão, desejo físico ou interesses outros.

Por exemplo, como amar e ser amado por alguém, se não tem os mesmos gostos quanto à música, à culinária, às cores, às artes, estilo, elegância, vocabulário, cheiro, viagens, amizades, romantismo etc...Assim, se não houver afinidades alguém vai ter sempre que abdicar dos seus gostos, recuar, ceder...

Elas, essas pessoas, pensam que o amor é só felicidade, alegria e prazer. Não! O amor é um sentimento que firma entre dois seres uma aliança, onde cada um se compromete assumir a felicidade do outro. É assim que o amor prospera. Um vendo o quanto o outro se dedica ao seu bem-estar, à sua alegria e ao seu sucesso como pessoa cheia de responsabilidades sociais, profissionais, humanas, cristãs, econômicas e políticas. A paixão não tem esse compromisso.

Terrivelmente difícil, alguém fazer o outro feliz, se não tem a grandeza de compreender às necessidades, às vicissitudes, às qualidades, às deficiências e às carências do outrem. 
Se é uma paixão, o sexo satisfaz tudo.

Quando um poeta, não necessariamente um poeta, põe-se a refletir sobre os amores pelos quais já passou, sempre pergunta onde foi que errou. Infelizmente, provavelmente constata que as pessoas com as quais se relacionou, não estavam preparadas para o amor, o amor que teria que viver ao estar consigo. Já escrevi um poema que diz: não se envolva com um poeta ou com alguém muito romântico, querendo ser capaz de amá-lo, fazendo juras de amor, sem saber se é capaz de carregar o pote. Uma pessoa assim, é pegajoso, grudento, amoroso demais, quer viver a relação na sua plenitude, de todas as maneiras, de forma romântica, amorosa. Quer lhe dar flores e verificar se você valoriza as flores que lhe foram ofertadas. Quer receber presentes, quer atenção inigualável, aconchego, cumplicidade, nada de segredos ou de reservas. E muita paixão no amor, e muito amor na paixão, e muita amizade, porque o amor maior e melhor é aquele sustentado por uma grande amizade, onde, por isso, o respeito impera, a admiração acontece e a união é forte e se fortalece em cada gesto de amor. Não existem segredos na relação e ambos têm os devidos cuidados para não se magoarem, muito menos um magoar o outro. Essa pessoas, poéticas e romântica, dão muito valor à lealdade, ao amor sincero, à presença constante da (a) amada (o) em sua vida e ao chamego, ao aconchego, ao carinho e apego no dia a dia.

Um amor do tamanho do verdadeiro amor, faz com que o parceiro e a parceira diga pra onde vai, pergunte se há algum empecilho em ir, informe detalhadamente seus passos e movimentos. É como se, ao estar longe, geograficamente falando, um do outro, os fizessem necessários, cada vez mais perto, colados e necessitados, um do outro. A ausência de um sufoca a existência do outro.

- jose valdir pereira -




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