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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Crônica do poeta


       







Por que dormir,
 se dormirei eternamente após a morte?

 

Não gosto de dormir; tenha a impressão que a vida passa mais rapidamente e a morte, essa senhora inoportuna, impiedosa e desagradável, que chega sem convite, sem aviso e de maneira inconveniente e, às vezes, desastrosa, se nos apossa com mais facilidade. Se pudesse, bebia todas, comia todas, via a lua nascer e sumir... o sol ir e vir...até a primavera voltar e o outono, também. Adoro outono. É pra ver as folhas caírem... Passa-me a ideia de renascimento... Já viu uma gaivota voando no infinito do céu azul?

 Já viu uma centopéia seguindo seu caminho... que paciência...parece que nunca vão chegar...mas elas sabem que vão... Chegar! Quando custa ao beija-flor polinizar a flor? E porque todas as águas doces correm para o mar? E por que o mar continua salgado? Parece coisa de gente... Tanto carinho recebe e continua salgada... Por que o mundo é doido? Ora, também pudera... Cheio de gente doida. Sabia que você é também desajustado, desmiolado, desequilibrado... Não adianta se esconder atrás desse sorriso... um pouco mais ou um pouco menos, mas é...É por isso que a vida é desassossegada, atribulada e corrida...Cheia de gente pressurosa...Você está parado, mas doido pra correr, desembestadamente...
É ou não é? E como mudar? Se forem para a roça, vão queimar o roçado, dizimar o pouco do verde que sobra e a fauna some... É melhor mesmo ficar na cidade, pensando que é são, vendo a vida passar, e descuidado, como disse o Raul Seixas, com a boca escancarada esperando a morte chegar.  
(José Valdir Pereira

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