quinta-feira, 22 de junho de 2023

Sou, por fim, uma chama que se apaga

 

Sou, por fim, uma chama que se apaga...

 

“Por ti, amor, há em mim tanto amor que é evidente meu descontrole, como que, ser vivo, que vive entre o limite da leveza de ser a si mesmo, por si, e de ser a si mesmo, por ti, aprisionado neste sagrado sentimento,insistência desvelada do amoroso coração que carrego neste peito dorido...

 

Ó, meu amor, quando a fria noite chega, cobrindo-me com seu manto de solidão, mais apertada fica minha alma solitária, à mercê da angústia da tua ausência...

...e, já bem distante de mim, ouço as pegadas dos meus desejos se afastando dos meus sonhos já tão esquecidos... do tempo que se distancia das vezes que beijei teus lábios, das vezes que delirei de amor nos teus braços e da tua voz a dizer juras de amor...

 

...E tu, que vivias na mais doce ternura do meu coração, já vai bem longe o tempo em que teus afagos podiam dar-me beijos de amor e a maciez das tuas mãos podiam derramar conforto no meu corpo trêmulo e cheio de sofreguidão, por causa dos teus vermelhos lábios que roçavas em mim, teus ávidos e irrequietos desejos...

...E tu, que partiste, deixaste-me a vontade de ter-te de volta e, por isso, sou celebrante, por mim, todas as noites, da tua vinda, como se isso fosse possível acontecer ao amanhecer...

 

Mas já vai longe o tempo em que o amor vencia a solidão, a tristeza, o sofrimento de uma ausência impiedosa, tomada pela maldade da indiferença.  Sou, por fim, uma chama que se apaga no teu sopro de desprezo, minha amada desventura. ”

 

(josé valdir pereira)

 

Tu que não vês...

 

"Tu que não vês, mas em cada suspiro teu, há um desejo meu, que se apronta e se atira em tua direção; passa despercebido porque tu sonhas outros sonhos...


É como uma manhã que amanhece mais bonita e só notam o céu azul e não a tão celebrada manhã, tomada pelo encanto das flores e o cheiro da floresta perfumada pelas flores silvestres, lá das montanhas que escondem as planícies, e não vêem meus olhos, tudo por causa de ti...


Ah, mas vou, qualquer anoitecer desses, desses que o mar chega silenciosamente e beija a areia com ternura, entrar na doçura dos teus pensamento e te amar; até que ouvir o prazer dos teus gemidos seja minha melhor contemplação, de tuas diabruras de anjo!(josé valdir pereira)

 

Vives a despertar...



"Se me tocam teus dedos, pediria meu coração tua mão;
se me vem caindo a noite, pediria minha alma o teu doce olhar;
Ao saborear teus beijos, fechava meus olhos, e, inebriando-me no perfume dos teus cabelos, aguçava meus desejos por ti...feito ameixa, cereja, amora na boca tua; vermelha boca...
Precisava muito tempo não; só uns segundos para tecer a rede que acolheria nós dois sem manhãs...
Imaginava assim: tudo junto - olhar, beijos, afagos de mãos, corpos loucos e sufocos quentes alucinados e acolhidos pelo amor...
Não amanheceria...a noite seria eterna...nada mais haveria, porque ao mundo nada mais...E para quê?"
(josé valdir pereira)

 

...Ai, valeu a pena viver; a vida!

 

 

“Porque ainda tens muito que seguir, enche de luz teu caminho e ajusta teu caminhar...

Não dispenses, enquanto vais, o cheiro do jardim e não desprezes, jamais, a pureza das flores...

É para que aprendamos onde está o rumo certo da vida, que ela requer atenção aos detalhes...

E só eles, os passarinhos, as nuvens, os pingos d’água e o suor no rosto dos aflitos e proletários, o orvalho, o sol da manhã, os bem-te-vis, conhecem onde está o melhor amanhecer...

Não desperdices nem um segundo da tua vida... Ela é preciosa demais...

Ah, mas, beija-me agora e deixa que haja arrependimento... Afinal, que venha o prazer! Fora o falso moralismo...

Não fazes nada de mais, quando dás a ti o direito de ser feliz, de amar, de ter prazer...

Cria teu mundo e reina...

Fica longe do proibido e realiza todos os teus desejos...

Se não te sentes um projeto viável, recomeça...E o que importa minha tristeza para ti e a tua para este mundo alienado de nós?

Vai e segue, mesmo que sozinha e por entre as árvores; ama o cheiro das flores, do mato molhado pela chuva que pouco passou; vive e despreza as convenções que nos aprisionam o tempo todo, derrotando-nos para a vida - não temos que aportar - seguir, navegar, ir amando até morrer de amar - aí valeu a pena a vida; viver!"(josé valdir pereira)

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