segunda-feira, 3 de abril de 2023

Meu amanhecer na fazenda

 
 
 
Hoje amanheci na fazenda...
Ah, meio rural, que tanto me fascina...
Se eu pudesse, tu serias minha sina! 
Agora, estou eu aqui no meio urbano fazendo faxina! 
Só uma casinha branca, uma vaquinha pro leite tomar, um pomarzinho que fosse, pra minhas frutinhas cuidar, um galo cantador, flores pelo campo, uma
relva verdinha pra eu rolar, um bezerro mamando e sua mãe a me olhar...

É tão pouco, mas eu descambei pro ruma de cá...
Agora,  desenho em sonhos a minha vida rural, e, dentro dela, essas coisinhas e uma roça pra roçar, uma amada roubando beijos, correndo pra eu pegar, um
bule encostado na lareira, exala café gostoso e um pedaço de queijo a assar; é pouquinho o que quero! 

Dá pra sonhar? Nem falei do cavalo, do porquinho
correndo água limpa e eu e o meu amor um banho a  tomar; um amanhecer daqueles, flores cheias de orvalho e passarinhos a gorjear, o galo cantando e o cheiro vindo lá do pomar, pintinhos e patinhos desajeitados, e eu a olhar, toda aquela inocência que não tem do lado de cá; 

não falei do anoitecer, desses que tem por lá, onde quem chega diz: ô de casa e
quem está dentro, responde: ô de dentro;  eu com a viola, meu amor bem pertinho e a lua a instigar, fogo queimando a lenha,  e o silêncio ouvindo meu
alegre cantar.

Ah, como amo meu lugar, com tudo isso dentro, só esse pouquinho que eu sonhei
no meio de lá, sem nada por, sem nada tirar...
Qualquer dia desse, largo tudo isso aqui e vou pro lado de lá. 

É ver pra crer. É só esperar! 
Esse sonho me cabe e eu nele caibo...
Um sonho ainda por realizar!
Vou pedir a Deus termo aditivo, prorrogando minha permanência aqui na terra, pra eu viver esse sonho no meu amanhecer na fazenda.
 
 - jose valdir pereira - 


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