segunda-feira, 3 de abril de 2023

Leves e sutis açoites do mar

 
 
 
 
Amanheceu!
Hoje, o mar está azul e calmo. Dorme ou faz de conta que ninguém existe.
Mais adiante, um pouco mais, verde! E quase contíguo a linha do horizonte, branco. As nuvens beijam seus pés. Deve ser imponente que só...É sim! A gaivota e o pelicano devem saber.
Mas, não é assim a manhã toda, nem todas as manhãs. À noite deve ser pior!

Ontem, estava turvo e zangado. Sua fúria vinha de longe. De muito longe! Deve ter açoitado por aí, com suas gotas de águas salgadas e pesadas, por onde passou, todos com quem deparasse.

Deve ter vindo de algum lugar desvairado e desassossegado.
Até as pedras perdem pedaços de suas vidas.

Deve ter notado as chagas do meu coração, enquanto por suas águas caminhei. Deve ter se zangado com as lágrimas que derramei, quando, tantos vezes, por amar, chorei, salgando sua já tão insalubre água. Nem sei como são os leves e sutis açoites do mar.


Nem sei se são leves e sutis os açoites do mar.
A jangada, o jangadeiro, o marinheiro, o golfinho, o faroleiro, decerto, que sim, saberão!
 

- jose valdir pereira - 
 
 
 
 


 
 

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