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terça-feira, 26 de maio de 2020

Saudade: se a tenho hoje, é porque ontem foi bom


SAUDADE?
se a tenho hoje, é porque ontem foi bom

 

E já se foi tanto tempo.
Minha memória já anda de passos lentos,

meu coração já não bate como outrora,
e as palavras já não são bem ditas

Pelos caminhos, tateiam as mãos para um simples caminhar,
os olhos nem bem enxergam a um palmo a frente,
e os cabelos tocados pelo vento, deixam sua brancura realçar,
ainda que cambaleando, as pernas se atrevem a me levar

Nem cem, nem noventa, alguns momentos e instantes vividos, e a vida já me diz que basta, que quer me deixar, também, nem sei pra onde... Quem sabe para um melhor lugar...

Será que terei sorrisos, flores e um mar? Desses bem imensos, a perder de vista, que eu costumava contemplar ou só mesmo uma lagoa que nos tempo da estiagem vai secar?

Quanto encantamento fora vivido e sentido quando os olhos vibravam e a alma pecava só de imaginar...


É por aqui, diz o jovem afoito querendo me dar lições de vida, como se eu não soubesse a trilha do bem e do mal..


Eles são assim mesmo, aliás, nós somos assim mesmo na idade tenra, no tempo do tempo sem limite,
sem importar se é noite ou dia, para viver, ser e ter o que os sonhos e as ilusões nos alimentam, enchendo nossos corações de presentes e futuros cheios de riquezas e belezas, divinas e infindáveis.

Ali, minha criança, é, por acaso, uma borboleta que passa? Minha vista está tão turva! 

Que maravilha! Não é o cantar de um alegre passarinho que nos chega aos ouvidos, agora?
E aquela criança a brincar, solta e livre, onde cabe-lhe toda a alegria do mundo, só porque desfruta de um saboroso sorvete a se derramar em sua delicada mão...

Nossa, já vai longe o tempo em que fora eu a ser assim, descontraído, ignorando o porvir, sem me importar com o que me fora dado saber e viver, e, tampouco com o que haveria de ser, com o que haveria de vir.

Talvez nem veja outro amanhecer. Até isso, o tempo quer me tomar de mim.
A noite, esta ele já me tomou. Mas eu não me importo. Gosto mesmo é do amanhecer.
É nele que eu me encontro vivo todos os dias, mesmo já estando um pouco morto, 

como me vêem e me tomam, em meio a esta indiscreta decrepitude.

- jose valdir pereira -

 


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