DO SER HOMEM
“Tempo que a luz se apaga e o escuro desperta a
inusitada fera - nos tempos de agora - mas não tão desconhecida nos tempos de
outrora...
O homem nasce feito deus e com a carga da
perfeição do criador, mas no curso do rio da vida, que segue, querendo ou sem
querer, vai, aos poucos, se desfazendo e se tornando um ente longe da
perfeição, do perfeito ser que o criou...e em seu lugar, surge a besta, invariavelmente,
um besta...
Mesmo que as estrelas, o universo, a natureza
lhe mostrem os escritos da sabedoria, da terra, das mentes e dos tempos, desde
a gênese da perfeição concebido em um sopro divino, é tão tosco, rude e
ignóbil, que, no seu desassossego e obscuridade, na fé, no cognoscente e no
coração, que subestima e desdenha o poder da energia que lhe é e foi posta ao
seu dispor, para construir mais que destruir, amar mais que odiar, dar mais que
receber e ser mais que ter...deixa-se atraído pelo escorregadio terreno da
rudez, da insensatez e da vileza...
Então, vem-lhe a morte, e, sem saber que viveu,
despede-se da vida sem ter sido e sem nada - fez-se de tudo e do todo que lhe
fora entregue, o ser nada, a carga genética do niilismo, da anti-criatura,
negando os tempos de Abraão, de Isaac e
de Jacob, os tempos de Moisés e a vez em que "o verbo se fez carne e
habitou entre nós" - a criação...a re-criação...o recomeço...”
(jose
valdir pereira)
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