E tu ias ao entardecer beber do meu vinho, quando o teu não o levavas e, de conversa em conversa, vivíamos, apenas isso, amigos, e o tempo passava... e só isso... o tempo passava...
E tu ias de bicicleta, faceira e tenra, alma e coração, de short e blusa de alça, ao amanhecer, cedo, com os primeiros raios do sol, viva e cheia de pureza, amor e graça...ficavas atenta aos versos que lia, e à tua alma falava... e o tempo passava...
E tu me encontravas em lugar esmo, deixava tua vida pesada e solta de onde vieste, tomava a minha em teu coração, levava-me para lugares distantes, inusitados, onde o amor podia ser encontrado e vivido...e o tempo passava...
E tu me olhavas, e pelas mãos o aceno da hora marcada, o cinema nos esperava, certeza do prazer inocente, despertado na pureza da imensidão do imaculado coração que inquieto pulsava, sem jamais ter sofrido ou vivido as dores da vida ou o prazer que advém com os anos vividos...e o tempo passava...
E agora, nem vinho, nem bicicleta, nem cinema, nem o lugar esmo, existem mais...apenas o tempo que passou, as lembranças que restaram, no tempo que passara.
Assim é o tempo de cada amor passado
- jose valdir pereira -
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