sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

Desejo por tua virgindade de hoje

 

Quero toda tua virgindade de hoje, toda pureza e todas as vontades do teu coração - menina, moça - mulher; só para mim, quero teus lábios, teu corpo e tua sedução; e se vais sair, tomada pela tua nudez que vive a me acoroçoar, cabelos ao vento e voluptuosa, lembras de mim, que estou a te esperar, na mesma sombra, no mesmo jequitibá, para te amar, no teu jeito de amar... 

não preciso saber de ti, quando vens, porque me dirá o vento, qual cheiro, qual perfume, que exala teu sequioso corpo... quando queres me amar... 

Eu quero toda tua virgindade de hoje... do teu corpo, da tua alma e do teu coração... 

Porque hoje eu quero te amar... 

Deixa-me tocar, apenas por um instante, tua boca...

 ...mas fecha os olhos para não sentires meu desejo incontido... 

dá-me teu corpo aos pouco...porque não sobreviveria se fosse de vez...seria súbita, a minha ida... vem e me faz tomar-te, parte por parte, para que seja a posse, uma eternidade... e devagar, lenta,mas plena e completa... 

...e não te desfaleça com meus toques... quero te sentir desvairada... atordoada toda nos anseios que invadirem teu coração... e teu sequioso corpo trêmulo de desejos de ser possuído e possuir, amado...e amar...

 ...agora que já me tens, faz de mim tua presa e posse, me devora de todos os jeitos, e não deixa nenhum desejo teu, desfeito...insatisfeito... 

Leva-me à tua cama e me tens mesmo com toda essa desajeitada forma de me querer... 

beija-me, e percorre meu corpo, com esse teu jeito de ser... 

dá-me à loucura e me faz gemer... aperta-me em teus braços e me faz ser... 

teu amor, teu amante, teu adormecer... depois do amor, de amar, de ser... toda minha, corpo e alma coração e teu viver... 

dá-me tudo, teu tudo e tu...toda e me faz estremecer... de prazer...no teu corpo, nos teus beijos no teu querer... 

e quando saciada, me faz dormir ou dormes comigo, no teu corpo, eu, e tu, no meu, até o amanhecer. 

Eu quero me esconder nos teus botões, na tua bromélia angelical, nas entranhas dos teus cabelos; ficar por uns tempos (pode ser uma vida toda) ou eternamente, dentro do teu corpo, mas, como direi... 

Ah, sim: precisamente, na parte mais íntima do teu coração, na essência do teu ser... agasalhado, cheio de afagos, todos tenros e virgens, emergidos do teu corpo, da tua boca, desses lábios que desejo, das tuas mãos... 

e não me atreveria, de forma alguma, não e não, despertar, se estivesses a me fazer carícias... como as que fazem as gotas de orvalho ao beijarem a natureza todas as manhãs, enquanto não chega o sol... e sem ser interrompido, porque seguem meus sonhos, dou-me à delicadeza dos gestos sutis e à meiguice do silêncio para te amar... 

Não, não me interrompas, porque estou ainda no começo dos meus ingênuos devaneios.

.. Só para ti meu amor, eu existo; só para teu corpo e teus lábios, me guardo; 

quero que tu me tenhas sempre pura e cheia de desejos; 

Só para ti, meu amor... E teu corpo, teu meigo coração, me dão aos meus desejos de te amar; 

Quero que me ames e me tenhas e não me contenhas quando estiver tomada pela insaciável vontade de te amar...e deixes que eu te sugue até o último pelo do teu corpo... 

Dá-me ao teu saboroso jeito de me amar... toca minhas entranhas que esperam tua chegada, louca e descompensada, sem medida e desvairada, tomada pelos beijos que me dás, pela entrega que me dou, pela delícia do prazer que faz o nosso amor!

Derrama tua essência no meu corpo e absorve meu desassossego para dentro da tua alma, e me acalma... 

desterra-me dessa prisão de te querer, implacável e impossivelmente... 

ensina-me a seguir outros caminhos que não os teus... a ver outros olhos, a sentir outros perfumes, a desviar-te dos meus desejos, a tirar-te do meu rumo, da minha toda... 

diz palavras ásperas, maltrata-me, fere meu coração...talvez, assim, despertes, em mim, a possibilidade de enxergar meus devaneios, minha ilusão, minha desesperança... 

e, de tão óbvio o estado que virá para que eu veja, desse emaranhado de idas e vindas, o pouco ou nada que poderá haver, me diga para ficar longe de ti, do meu querer te amar!

(jose valdir pereira) 

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