Quando eu te busquei, as tantas vezes que te procurei, não estavas e nem sinal algum encontrei, dos teus passos, da tua vida e das tuas palavras… parece que te escondias e te furtavas de mim, e eu, desconhecendo tuas saídas e teus sumiços, continuava a te procurar, para dar-te meu coração, deixar-me te apossares da minha alma, dos meus pensamentos, dos meus sonhos, enchendo-me de inesgotáveis ilusões...
Mas nunca me dei por vencido, tomado por inacreditáveis esperanças e cheio de fé, acorria ao teu encontro, mesmo que apenas teu vulto e o teu corpo e olhar e amor imaginados me chegassem aos meus olhos, ao meu coração... E agora, nem sei onde estás, mas o amor, esse que me toma por inteiro, esse que é todo teu, me induz a seguir teus passos, mesmo sem os haver, e teus chamados, mesmo sem os ter e teus beijos que povoam minha ingênua imaginação… em meio essa busca incansável que me lancei, deito meu corpo às margens da esperança, vasculho possibilidades e avanço de forma determinada e guarnecido nos desejos que alimentam meu corpo, meu coração e minha alma… ainda hei de abraçar teu corpo, beijar tua boca e sentir as tuas mãos passearem no meu rosto ou por onde almejares...
Quando eu te busquei, as tantas vezes que já te busquei, encontrei-me cada vez mais no vazio que me cabia por completo, mesmo que não esperes que seja a última vez, porque já estive nos teus sonhos, me acolheste no teu corpo, e me fizeste permanecer nos teus pensamentos, para que não me afastasse de ti, mesmo que jamais tivesse te tocado sentido o sabor do teu sagrado amor, dos teus beijos e do teu abraço... Ilusão continuada...
Perco-me, teimosamente, abruptamente, de forma contumaz, quando te busco e só me encontro quando me conformo com a tua presença dentro dos meus pensamentos, dando-me a ter emoções imagináveis e ouvindo tua voz dizendo-me, baixinho e suavemente, que me amas...
Quando a relva do jardim que cultivo esverdear outra vez, e as flores que tu gostas, se fizerem viçosas, e os passarinhos gorjearem ao redor; sim, quando a tamareira estiver carregada e os bem-te-vis em voos breves e curtos cantarem alegremente por esse céu azul, já uma vez tão teu e meu, sei que vais estar bem perto dos meus olhos e, para amar-te, vais me querer, para amar-te como só em sonhos, em pensamentos e na imaginação tem sido possível.
Então te terei para amar-te como só nos sonhos tem sido...
- jose valdir pereira -
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