sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Vem noite...

 
Vem noite, apressa-te e abre as portas da caserna,
que já vai longe os últimos raios do dia;
quero um bom vinho e os beijos da amada donzela,
e que cheguem aos meus ouvidos,
uma suave e amorosa canção,
que  faça-me alhear-me do burburinho do vento lá fora,
e dos pirilampos que iluminam a porta da entrada,
a guiarem os ébrios de amor...
 
Toda beleza é açodada nos teus momentos,
e a todos dás encantos e sedução,
dá-me um pouco do jeito de ser,
um galã, um casanova, um Don Juan...
 
Logo, logo, outra vida, outro dia, outro alguém,
em poucas horas perderei os dotes e a elegância
que ganho quando chegas, e o tempo não espera,
o tempo que vai, nunca mais vem,
depois, então, o que me importa,
já serei outro à tua porta.                     
 
Vem noite, mas traz alegria e deslumbramento,
Entrego-me aos teus encantos, aqui, neste instante,
a vida começa e tu és uma criança.
Deixa-me nos braços da donzela,
até que ela se refestele do prazer que lhe posso dar,
amanhã serei outro, não importa se ela volta.
Eu tenho a taça, o vinho e o prazer de beber,
É isso que me compraz agora, nada mais, nada mais.
 
- Jose valdir pereira


Natalie Wood, 1964.

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