As homenagens? Eu as quero em vida. Se bem que já foram tantas! Mas não
as quero quando eu partir. Que emoção sentirei ou demonstrarei aos que
prestaram tão magnânima deferência?
A bondade pela qual me tornei digno de sua amizade, do amor que me
dispensaste por algum tempo, algumas horas, sempre foi meu propósito de
existência. E o retorno que tive em vida, por instantes ou pelo tempo que foi,
já foi um sagrado reconhecimento de teu coração às minhas atitudes solidárias,
humanísticas e cristãs. Assim, as homenagens? Eu as quero, se for o caso, em
vida.
Ainda não compreendi, se vivemos ao morrermos ou se isso faz parte do
aforismo, do estoicismo, da divina pregação de Santo Agostinho, fruto do seu
afazer episcopal.
Mas, é inegável quanto ao bem que faz uma homenagem ao nosso coração, a
doçura que sente nossa alma nessa inefável hora, o inenarrável contentamento
que irradia nosso olhar nesse ínterim.
Não é mais que a beleza de um elogio maternal, porque, do coração das
mãos, tudo que emerge é sagrado e incomparável.
Assim, as homenagens? Eu as aceito, em vida!
Algumas já me foram outorgadas. Em todas, não me contive, e as
lágrimas, tomado pela emoção do momento, rolaram no meu rosto. E ao chegarem
nos meus lábios, eu as senti salgadas. Não sei o porquê se, representando a
doçura do instante, deviam ter a doçura de um favo de mel.
Também não quero, como disse o poeta, "não quero choro nem
velas". Apenas o silêncio, a mais consagrada das orações.
Flores, muitas flores. Afinal, um poeta que em vida recebeu a homenagem
de ser o poeta das flores, quererá estar cercada delas, dessas divinas e
formosas criaturas de Deus, que representam o amor, a paz e a beleza da ternura
entre Deus e Suas criaturas.
- jose valdir pereira -
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