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quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020


UM CERTO DIA, UMA GRANDE AMIGA PARTIU. FOI ESTAR COM O PAI ETERNO.
Ela era bela como esta flor.
Neste dia, escrevi este poema pra ela. Deixou muita saudade.


A CARTA QUE HÁS DE LER, UM DIA...
Por jose valdir pereira

Não digas que eu morri, quando eu morrer, nem que eu parti, quando eu me ausentar-me de ti. Digas apenas que fui caminhar pelas colinas, por trás dos montes, ver de perto o amanhecer e as nuvens branquinhas, a canção dos pássaros que vivem pertinho do céu; o sabor do manja, das frutas do jardim do universo;

Quando não mais souberes de mim e muitas flores surgirem como que fossem eu a surgir, sorrias sorrisos largos e faças uma festa para celebrar a paz e o amor, e tentes (exaustivamente) dizer o quanto amei; mas não digas que eu morri, simplesmente morri, pois que não é bem assim - hás de dizer, muitas vezes, que resolvi sair por aí, para conhecer, mais de perto, as façanhas de Deus, o amor que falam os ventos, do norte e do leste e do sul, ver, com o brilho nos olhos, o escorrer das águas nos igarapés e beber da água pura que cai da chuva, aquela daqueles pingos escorrendo por sobre os galhos e suas folhas, na inusitada e desconhecida selva da primavera, que nos espera, após esses outonos e invernos da vida - que passam, passam, que vão passando por nós, imperceptivelmente;

Não, não digas que há tristeza, que a vida enfim para mim terminou; que nada! Digas que é agora que tudo começa, que estou mais iluminado, próximo do bem e nele e dele realizando meus sonhos, meus ideais, desejos e fascínios; que, percorro os caminhos onde as flores e todos os seres vivos e inanimados, representam a completude de Deus, toda a grandeza do Seu amor e do nosso amor por Ele;

Peço-te que tomem meu lugar enquanto faço essa viagem, que há tempos precisava, as mais belas e deslumbrantes companhias que sempre me acolheram, com suas magníficas cores, seus inebriantes olores e toda alegria que encerravam suas majestosas e elegantes pétalas, meigas, suaves e macias;

Pela manhã, como se fossem aquelas manhãs de outrora, decerto saudosas manhãs, estarei pelo jardim acariciando com palavras, com os toques das minhas mãos, e com o meu olhar, as flores; as que ficarem, já que muitas, muitas outras estarão à beira do caminho que vou;

Digas, quando e se porventura perguntarem por onde estou, que cuido de outros jardins, de outras flores, porque é assim a vida de um jardineiro - das flores, da poesia, das palavras, do amor!

- jose valdir pereira -



2 comentários:

Carina disse...

muito lindo amado poeta

Escritor e poeta josé valdir disse...

Ah, sim. Obrigado.
Como a pessoa não é identificada, favor dizer o nome.