segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Crônica - minha Solidão

 

 Minha solidão não tem preço. Já me deu a entender o juízo...

Há tanta riqueza nesse momento que me desfaço de tudo que tenho para, no vazio, encher-me de outras riquezas, mais nobres e mais divinas...

 Toma-me conta os sonhos, os devaneios e os pensamentos...Ah, quanta fortaleza e poder encerra, nesse interregno, minha frágil existência!

 E quantos caminhos percorridos, amores vividos, riquezas acumuladas...há tanta sobra, em tudo!

 Com o auxílio do vento, em um barquinho de papel, risco rios e navego mares, percorro os continentes e desfruto dos seus encantos, da beleza que lhes afigurou o tempo e da saga dos titãs que os criaram...

 só mesmo adormeço para ver as pegadas dos meus passos a caminho do desconhecido...sem uma bússola sequer, porque o bom mesmo é me perder nessa hora, quando o pueril me doma sem pena, e me deixa imergido nas viagens que me fazem, nessa hora, querer meu viril coração rebelde...

A paixão não me submete aos vexames, também porque não lhe dá lugar o amor, esse que vem das calmarias do coração, da alma iluminada e do corpo já na quietude da vida...

As noites, toda plenitude e completude é sentida, profundamente sentida, nas entranhas do meu olhar teso e fixo, para que nada do firmamento, da beleza que carrega eu viajante, se perca no meio dos astros que nele passeiam, pressurosamente, antes que o astro maior desperte a vida...

E antes que a vida me desperte, me debruço no colo da solidão, contente e torcendo para que ninguém se aproxime nessa hora do meu melhor momento...

Não há tristeza em mim...é você que está triste e transfere

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