...E nem imaginava que ele morria aos poucos, tomado por uma violenta e cruel solidão;
seu silêncio o fizera tão imperceptível, que a morte lhe tomou de mim, antes que eu sentisse estar ele acometido do pior mal do século, feito eu.
Que posso fazer dessa amargura de não ter feito nada, a tempo, a tempo de dar-lhe um pouco da minha solidão, e, a dois, não mais apartados, debelarmos tão nefasta doença?
Cuido-me para não ser ceifado pela foice do ostracismo...pelo esquecimento...ele não pensava assim...
Não devo me calar; preciso ser visto; notado...Ele não pensava assim...
porque, se já se vão os amigos, aos poucos, um a um, engolidos pelo viver à mercê dessa desdita, também, decerto, vou-me eu...E por que não?
É! Mas ele não pensava assim.
"Quem sabe a morte, angústia de quem vive (me deixe)
Quem sabe a solidão, fim de quem ama"
(me deixe, também).
Ele não pensava assim!
(jose valdir pereira)
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