Esse rio já sem água, leito vazio, sem minhas
lágrimas, não existe...
vazio é minha alma, meu leito sem ela e meus olhos
secos...
a floresta se acaba no vazio do rio, meu sorriso, no
vazio dos olhos, meu coração na cama vazia...
E do céu, o que restou? Nada. Nem o azul, nem
aqueles carneirinhos, nem minhas flores que se formavam quando não era vazio
também...
Vai que já vem a noite... vem que lá se vai o
sol...olhe bem...são as estrelas. Onde? Ainda há? Perversa, essa tirania que
imperou nesses tempos desalmados... Ainda não sumiram os latidos dos cães e nem
os risos desengonçados das hienas... Onde estão? No entorno do seu tempo, à
espreita do menor descuido da atenção que ainda tens...
Olhe que lindo o mar! Que mar? Meus olhos, cadê meus
olhos para ver esse mar? Um amar sem água, sem vida, sem nada...
Onde estou, quem sou, se é que sou algo, ainda?
O que sobrou de mim, afinal? Quem sabe!
jose valdir pereira
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