quarta-feira, 28 de julho de 2021

Por que esperar...

 




Por que esperar que eu morra para escrever algumas palavras, exaltando minha vida enquanto estive aqui, dedicando-me às melhores causas da vida, ao amor, à poesia, às artes, de forma plena e eivada de determinação, com o fito de contribuir de alguma maneira com o bem-estar da humanidade ou, para não se atrever a tanto, pela melhor e maior felicidade dos que pude alcançar?

Seria algo tipo macabro e desalmado, esperar ver-me primeiro sem vida, sem sangue, já no jazigo, onde uma fria e sombria lápide, cercada de flores (rosas, gerberas, lírios e girassóis), teria a singela mensagem, aqui jaz aquele que teve uma importância significativa para o desenvolvimento e fomento da cultura, da educação e da pessoa?

Não seria melhor fazer esse reconhecimento, desfrutando das emoções e da alegria que o homenageado demonstraria ao ver recompensado seu esforço, sua dedicação e seu trabalho ao bem-comum de todos e, sem a devida modéstia, à humanidade?

É muito hipocrisia, chorar a partida de alguém, deixando-o partir sem ter-lhe mostrado, em vida, o quanto uma parcela significativa da sua comunidade demonstra-se agradecida pelos seus iluminados feitos?

Seria oportuno dizer que estamos mais frígidos, desumanos, perdidos no vazio da vida, sem valor e sentido, por não percebermos e nem vivermos valores e virtudes que consagraram nossos antepassados?

Perdemos nosso amor ao ser supremo, de quem sempre ouvimos falar, à quem encontrávamos nos livros a ser nossa sustentação, abrigo e fortaleza, para o viver bem nesta vida e auferir, por sua graça, a vida eterna?

Que justiça fazemos para nossos antepassados, que legou-nos tradições, costumes e modos de vida, heranças bem cuidadas, atestadas e registradas nas atas da história da família, da comunidade e da vida?

Somos, por isso, quase nada ou nossa pobreza é a nossa maior riqueza? Esse é o nosso fim depois de toda essa caminhada, percorrendo milhões e milhões de anos?


- jose valdir pereira -

 

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