Por que esperar que eu morra para escrever algumas
palavras, exaltando minha vida enquanto estive aqui, dedicando-me às melhores
causas da vida, ao amor, à poesia, às artes, de forma plena e eivada de
determinação, com o fito de contribuir de alguma maneira com o bem-estar da
humanidade ou, para não se atrever a tanto, pela melhor e maior felicidade dos
que pude alcançar?
Seria algo tipo macabro e desalmado, esperar ver-me primeiro sem vida, sem sangue, já no jazigo, onde uma fria e sombria lápide, cercada de flores (rosas, gerberas, lírios e girassóis), teria a singela mensagem, aqui jaz aquele que teve uma importância significativa para o desenvolvimento e fomento da cultura, da educação e da pessoa?
Não seria melhor fazer esse reconhecimento, desfrutando das emoções e da alegria que o homenageado demonstraria ao ver recompensado seu esforço, sua dedicação e seu trabalho ao bem-comum de todos e, sem a devida modéstia, à humanidade?
É muito hipocrisia, chorar a partida de alguém, deixando-o partir sem ter-lhe mostrado, em vida, o quanto uma parcela significativa da sua comunidade demonstra-se agradecida pelos seus iluminados feitos?
Seria oportuno dizer que estamos mais frígidos, desumanos, perdidos no vazio da vida, sem valor e sentido, por não percebermos e nem vivermos valores e virtudes que consagraram nossos antepassados?
Perdemos nosso amor ao ser supremo, de quem sempre ouvimos falar, à quem encontrávamos nos livros a ser nossa sustentação, abrigo e fortaleza, para o viver bem nesta vida e auferir, por sua graça, a vida eterna?
Que justiça fazemos para nossos antepassados, que legou-nos tradições, costumes e modos de vida, heranças bem cuidadas, atestadas e registradas nas atas da história da família, da comunidade e da vida?
Somos, por isso, quase nada ou nossa pobreza é a nossa maior riqueza? Esse é o nosso fim depois de toda essa caminhada, percorrendo milhões e milhões de anos?
- jose valdir pereira -
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