E, DE REPENTE, SE VIU PERDIDA...
...E,
de repente, se viu perdida numa densa floresta; ela, sensual e bela, já não se
importava com esses valores... Agora estava
ali, ela e o silêncio da vida, ela e o som das aves, o zuído do vento que, após
tocá-la, corria livremente, selva adentro, como quem visse o amor, acariciando
as folhas, as flores e as águas nos leitos dos rios, para depois, já bem longe,
tomar fôlego e despertar, com veemência, às ondas do mar, que, furiosas, só se
acalmavam no aconchego das encostas, suas esculturas, imóveis e milenares, que
se transformam aos poucos, lentamente, sob à vontade dos ventos...
Olhou ela para um lado, para o outro, nada via de igual; tudo
estava diferente... E aquele silêncio...Quão bom era aquele inolvidável e
inusitado silêncio... De repente, foi nisso que resultou aquele silêncio,
sentiu que o mais importante era sua consciência, seu coração, seu espírito...
e tudo que havia aprendido a ser...nada do que fosse concreto, palpável, seus
bens materiais dava-lhe, naquele instante, segurança, coragem e paz. Só mesmo a
paz interior que aprendeu dar ao seu coração, o aprendizado que construiu para
saber conviver consigo, o domínio que já sabia ter sobre suas fraquezas, eram o
seu maior tesouro.
Assim, saiu caminhando, e tomada pelo esplendor da natureza,
pelo grande amor que tudo aquilo lhe oferecia, entendeu que nessa vida é
preciso construir primeiro um mundo interior forte e iluminado, que assevere,
quando estiver percorrendo as alamedas da vida, a capacidade para conviver com
os "sim" e os "não", as idas e vindas, as facetas do dia a
dia, e ser tolerante e paciente com as manifestações que vêm das invariáveis
versões da vida..."
jose valdir pereira
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