sexta-feira, 28 de junho de 2019




E, DE REPENTE, SE VIU PERDIDA...

...E, de repente, se viu perdida numa densa floresta; ela, sensual e bela, já não se importava com esses valores... Agora estava ali, ela e o silêncio da vida, ela e o som das aves, o zuído do vento que, após tocá-la, corria livremente, selva adentro, como quem visse o amor, acariciando as folhas, as flores e as águas nos leitos dos rios, para depois, já bem longe, tomar fôlego e despertar, com veemência, às ondas do mar, que, furiosas, só se acalmavam no aconchego das encostas, suas esculturas, imóveis e milenares, que se transformam aos poucos, lentamente, sob à vontade dos ventos...


Olhou ela para um lado, para o outro, nada via de igual; tudo estava diferente... E aquele silêncio...Quão bom era aquele inolvidável e inusitado silêncio... De repente, foi nisso que resultou aquele silêncio, sentiu que o mais importante era sua consciência, seu coração, seu espírito... e tudo que havia aprendido a ser...nada do que fosse concreto, palpável, seus bens materiais dava-lhe, naquele instante, segurança, coragem e paz. Só mesmo a paz interior que aprendeu dar ao seu coração, o aprendizado que construiu para saber conviver consigo, o domínio que já sabia ter sobre suas fraquezas, eram o seu maior tesouro.



Assim, saiu caminhando, e tomada pelo esplendor da natureza, pelo grande amor que tudo aquilo lhe oferecia, entendeu que nessa vida é preciso construir primeiro um mundo interior forte e iluminado, que assevere, quando estiver percorrendo as alamedas da vida, a capacidade para conviver com os "sim" e os "não", as idas e vindas, as facetas do dia a dia, e ser tolerante e paciente com as manifestações que vêm das invariáveis versões da vida..."


jose valdir pereira


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